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12/Sep/2023

Gripe Aviária: próximo fluxo de migração preocupa

A partir deste mês de setembro, seguindo até outubro, aves devem vir do Hemisfério Norte passando pela região central do Brasil. Os casos de gripe aviária de alta patogenicidade, que começaram a ser registrados no Brasil desde 15 de maio, mostram estar em queda, de acordo com os registros apontados pela plataforma do Ministério da Agricultura e Pecuária. Em maio, foram 13 casos, um pico em junho, com 44 casos, caindo para 17 ocorrências em julho e 12 em agosto. De acordo com a Fundação de Apoio à Ciência e Tecnologia Avícolas (FACTA), esta redução já era esperada, a exemplo do que aconteceu em outros países que também já registraram a presença do vírus. Desde maio, a maioria dos casos (até o dia 8 de setembro, eram 95, sendo 2 em aves de subsistência e os demais em aves silvestres) se concentraram em aves litorâneas.

Entretanto, um novo ciclo migratório deve estar a caminho da América do Sul. A próxima migração deve ocorrer a partir de setembro/outubro/novembro. Normalmente essas rotas que vêm do Hemisfério Norte nesta época do ano passam mais pelo centro do Brasil, então vai ser um pouco diferente destes casos causados por estas rotas que atingiram basicamente aves migratórias nos litorais brasileiros. O que acontecerá com este novo ciclo migratório ainda é incerto. Pode haver mutação do vírus, mistura de aves litorâneas com as mais interioranas, e pode haver um compartilhamento de vírus. Hoje, não há como prever como vai ser esta nova migração. O que a gente sabe é que o Brasil está melhor preparado para lidar com a Influenza Aviária.

Apesar da preocupação existente, estes casos confirmados no Brasil serviram como um treinamento e para mostrar algumas fragilidades que o País ainda tinha, principalmente no setor oficial dos Estados, já que alguns não possuíam insumos, equipamentos de proteção individual, equipamentos para coleta. Isso foi sanado. Os Estados atuaram muito bem, e a declaração de emergência zoossanitária permitiu que o Ministério da Agricultura repassasse recursos para os Estados. Hoje, os Estados estão melhor preparados para atuarem em emergências. Até o momento, os Estados que declararam emergência zoossanitária foram: Santa Catarina, Espírito Santo, Bahia, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Sergipe, Piauí, Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro, Amazonas, Pará e Mato Grosso.

O setor privado está mais consciente de que, o que era uma possibilidade remota, hoje é uma possibilidade real. O vírus chegou até o País, mas não atingiu a avicultura industrial, entretanto, isso pode vir a acontecer. Então, os registros de casos serviram também para que o setor privado redobrasse os cuidados com a biosseguridade e, principalmente, o setor de postura comercial, que é mais vulnerável, tanto pela biosseguridade, por serem aves de vida longa, estarem muito mais conscientes dos riscos. Outro ponto em que houve avanços foi na questão da regionalização e compartimentação. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) trabalhou com o Ministério da Agricultura na renegociação dos certificados sanitários junto aos países importadores de produtos avícolas brasileiros. O que houve de mudanças foi no sentido de que o zoneamento era por região ou Estado, e hoje, com a situação do que aconteceu nos Estados Unidos e na Europa, já se fala em regionalização por município.

Caso entre o vírus em alguma unidade de avicultura comercial, não é justo que se feche um Estado inteiro para exportação, apenas o município onde houve o registro da doença. Os países importadores também já estão conscientes da necessidade de não ser tão estrito com relação ao zoneamento, fazer zonas menos abrangentes. Apesar de este primeiro ciclo de migração, que acabou trazendo o vírus para o Brasil sem atingir granjas comerciais não deve fazer com que o setor avícola nacional baixe a guarda. Aparentemente, o Brasil passou incólume por essa migração, com apenas dois casos em aves de fundo de quintal e nenhum em aves do setor comercial. O segredo é manter a biosseguridade no setor comercial e industrial. Fonte: Notícias Agrícolas. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.