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06/Sep/2023

Pastagens: plantio direto a lanço acelera recuperação

Pesquisas realizadas pela Embrapa com produtores do Acre apontam que o plantio direto com semeadura a lanço possibilita recuperar a capacidade produtiva de pastagens degradadas com maior agilidade, menor investimento financeiro e sustentabilidade. Além de reduzir pela metade o tempo para formação e estabelecimento da pastagem, essa modalidade de plantio proporciona economia de até 15% no custo do processo de reforma e diminui os impactos ambientais da atividade pecuária. A Embrapa Acre estuda o plantio direto de forrageiras desde 2011, com o objetivo de disponibilizar alternativas sustentáveis para a reforma de pastagens, em substituição ao método mecanizado. A modalidade a lanço foi testada e recomendada para o capim-xaraés (também conhecido como capim-MG5) e piatã, únicas cultivares de Brachiaria brizantha recomendadas para o Acre. Mais de 80% das propriedades rurais do Acre apresentam solos com baixa permeabilidade, sujeitos ao encharcamento durante a estação chuvosa.

O capim-xaraés é a cultivar mais plantada atualmente no Acre, por sua alta produtividade e boa tolerância ao encharcamento do solo. Já o capim-piatã é recomendado para áreas menos sujeitas ao encharcamento do solo. Em muitas localidades, a combinação de solos encharcados com relevo acidentado aumenta o risco de erosão e dificulta o uso de mecanização na renovação de pastagens. O plantio direto a lanço é eficaz para reformar pastagens degradadas, sem exposição do solo a processos erosivos. A reforma com uso da técnica, desde os cuidados iniciais com a área até o primeiro pastejo, leva de 90 a 100 dias, enquanto no método convencional pode durar até 150 dias. Além de encurtar o tempo que a pastagem permanece sem uso durante a reforma e reduzir custos para o produtor, o plantio direto a lanço contribui para a manutenção da rentabilidade do sistema produtivo e pode ajudar a desenvolver a pecuária a pasto na Amazônia, com sustentabilidade. A degradação de pastagens prejudica a produtividade de forragem e reduz o desempenho do rebanho, com prejuízos para os produtores rurais e para o meio ambiente.

Segundo dados do MapBiomas Brasil, plataforma que reúne informações sobre a cobertura e uso da terra no País, somente na Amazônia existem 55 milhões de hectares de pastagens, dos quais 57% apresentam degradação moderada a severa. No Acre, aproximadamente 479 mil hectares de pastagens estão nessa situação. O problema tem como causa principal a Síndrome da Morte do Braquiarão (SMB), doença decorrente do encharcamento do solo. O plantio direto de forrageiras a lanço tem contribuído para a recuperação dessas áreas. Com o plantio direto a lanço, é possível diversificar as pastagens com variedades de forrageiras adequadas para os solos da região e isso resulta em pastos mais eficientes e aumenta a taxa de lotação das pastagens de 1,4 para 2,4 Unidades Animal (UA) por hectare. As pastagens são produtivas e duradouras, sem danos ambientais. O plantio direto é uma técnica conservacionista bastante utilizada na agricultura brasileira, especialmente nos sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), mas ainda era pouco adotada na renovação de pastagens.

Para ampliar o seu uso no Acre, na última década, a Embrapa, em parceria com pecuaristas, desenvolveu também modalidades de plantio direto em linha e em covas. Devido às facilidades para adoção, vantagens proporcionadas e possibilidade de uso em terrenos acidentados, a semeadura a lanço tem sido a mais adotada no Estado. Para ajustar a técnica à realidade da região amazônica, entre outros aspectos, a pesquisa avaliou a dosagem adequada de herbicida para dessecação do capim, o número de pulverizações necessárias, intervalo entre as aplicações do produto e melhor época para realização do processo. O protocolo validado para os capins xaraés e piatã pode ser utilizado com todas as forrageiras disponíveis no mercado, de acordo com as orientações técnicas para cada variedade, com exceção da Brachiaria humidicola, devido ao alto custo das sementes e baixo vigor das plantas, característica que dificulta o estabelecimento dessa gramínea na pastagem, por semeadura a lanço. Fonte: Embrapa. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.