31/Aug/2023
A enfraquecida demanda doméstica por carne e a queda dos preços do produto no mercado externo, combinados com escalas de abate confortáveis e oferta de bovinos terminados, jogam as cotações do boi gordo para baixo. Grande parte dos frigoríficos segue distante das compras, não só por causa dos fatores já mencionados como também pela garantia de abastecimento no curtíssimo prazo decorrente de contratos com confinamentos parceiros e boitéis. Em Sã Paulo, pela dificuldade de escoar a carne, os frigoríficos estão elevando a pressão sobre os preços, ofertando R$ 5,00 por arroba a menos pelo "boi China", pelo boi destinado ao mercado interno e para a novilha.
O boi comum agora está sendo negociado a R$ 200,00 por arroba, a novilha gorda é negociada R$ 192,00 por arroba e o "boi China" a R$ 205,00 por arroba a prazo. Nos últimos 30 dias, o boi gordo no estado de São Paulo se desvalorizou 14,9%. Quedas nos preços do boi gordo também são reportadas em outras regiões do Brasil. Em Minas Gerais, a cotação é de R$ 185,00 por arroba; em Goiás, R$ 190,00 por arroba; no Paraná, R$ 205,00 por arroba); e no Maranhão, R$ 185,00 por arroba. No Pará, o boi gordo é de R$ 185,00 por arroba. Em Mato Grosso, a cotação é de R$ 187,00 por arroba a prazo.
A cautela das indústrias frigoríficas é justificada pela inconsistência do consumo interno e as quedas nos preços internacionais da carne bovina. Algumas plantas estão limitando os abates diários, gerando um desarranjo na dinâmica da cadeia. No cenário internacional, as quedas nos preços da carne bovina podem estar associadas ao crescimento da oferta em países exportadores da proteína (Austrália, Índia, Nova Zelândia), crescimento da produção das carnes de frango e suínas nos principais mercados consumidores brasileiros (como China), num ambiente de risco de recessão econômica no cenário mundial.
Em São Paulo, no atacado, há estabilidade de preços dos principais cortes. A carcaça da vaca casada segue em R$ 12,15 por Kg e da novilha casada, em R$ 13,00 por Kg. A carcaça casada de bovinos castrados se mantém em R$ 13,44 por Kg e a de bovinos inteiros, em R$ 12,54 por Kg. O traseiro de boi permanece a R$ 17,10 por Kg; o dianteiro de boi, em R$ 12,10 por Kg; e a ponta de agulha, também em R$ 12,10 por Kg. As vendas no atacado avançam de forma esparsa, mesmo depois das quedas acumuladas em agosto. O setor tenta estimular alguma liquidez em meio à maior competitividade das proteínas concorrentes, as quais estão com custos de produção mais baixos.