31/Aug/2023

O mês de agosto se encerra marcado pela forte queda nos preços de negociação do boi gordo. Em São Paulo, o boi gordo registra média de R$ 222,32 por arroba neste mês, com expressiva baixa de 24% em um ano, sendo também a menor, em termos reais, desde julho de 2018, quando esteve em R$ 222,06 por arroba (as médias mensais foram deflacionadas pelo IGP-DI). Ressalta-se que, nesta semana, o preço médio do boi gordo em São Paulo chegou a operar abaixo de R$ 200,00 por arroba, o que não era verificado desde maio de 2020, em termos nominais. A pressão sobre os valores do boi gordo vem tanto da oferta quanto da demanda. No campo, além do já maior volume de boi gordo e de fêmeas prontos para o abate, pecuaristas, temendo novas desvalorizações, passaram a ofertar mais lotes no spot nacional. Do lado da demanda, muitos agentes de frigoríficos vêm reduzindo o ritmo de aquisição de novos lotes, devido ao alongamento das escalas de abate e aos menores preços pagos pela China pela carne brasileira.

A queda nos preços é observada em todas as regiões, mas de forma menos intensa que a registrada no estado de São Paulo. Diante disso, a diferença entre os valores médios de São Paulo e de outros Estados (o “diferencial de base”) diminuiu neste mês frente ao anterior. Aqui menciona-se que muitos frigoríficos de São Paulo compram bovinos em outros Estados, o que ameniza o movimento de queda nos valores do boi gordo em outros locais de origem. Em agosto, em São Paulo, o boi gordo é negociado à média de R$ 222,32 por arroba. Em Mato Grosso do Sul, o valor é de R$ 211,81 por arroba; em Minas Gerais, R$ 202,69 por arroba, e em Goiás, R$ 199,73 por arroba. Assim, enquanto em julho a diferença média entre os preços de São Paulo e de Mato Grosso do Sul estava em R$ 16,00 por arroba, esta caiu para R$ 10,51 por arroba em agosto, ou seja, diminuição de 34,31%. Em Minas Gerais, a distância era de R$ 30,10 por arroba em julho e caiu R$ 19,63 por arroba, redução de 34,76%.

Em Goiás, a diferença caiu 26%, passando de R$ 30,56 por arroba em julho para R$ 22,59 por arroba em agosto. Como boa parte dos frigoríficos de São Paulo atende o mercado externo, essas empresas têm buscado negociar com seus fornecedores antecipadamente, em especial os bois terminados em confinamento. Diferentes modalidades de negócios têm sido relatadas para fechamento antecipado. E, para parte desses acordos entre indústria e confinador, apenas as escalas foram garantidas com antecedência, ficando a definição de preço para ser feita próxima à data de abate. Em outros casos, a comercialização antecipada aconteceu já com uma referência de preço estabelecida. Seja qual for a modalidade negociada, esses fechamentos antecipados acabaram por preencher parte das escalas da indústria, e exercem pressão maior sobre as cotações do boi gordo em São Paulo. Esse cenário é reforçado pela dificuldade na venda de carne no mercado doméstico. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.