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28/Aug/2023

Gripe Aviária: PR está removendo as aves caseiras

O Paraná, maior produtor avícola do Brasil, tem registro de 12 casos de gripe aviária, todos em aves silvestres e em municípios litorâneos. O Estado concentra 27% de todos os plantéis (450 milhões de cabeças), de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), e responde por 39% das exportações desta carne brasileira. No Estado, o primeiro registro de gripe aviária foi em maio. Como medida preventiva, foi iniciada uma força-tarefa em parceria com o Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) para remoção de todas as aves caseiras em municípios litorâneos. A ação, chamada de população, está ativa 24 horas por dia e todas as famílias estão sendo indenizadas. As famílias estão sendo indenizadas para que, por seis meses, não se tenha avicultura caseira nessa região por onde chegaram as aves infectadas.

Segundo o Fórum de Sanidade do Brasil (Fonesa), só permanecerão no litoral as aves silvestres migratórias, que não há como controlar. No caso de chegarem doentes, a não existência de plantéis caseiros diminui o risco de proliferação a aves domésticas, com perigo potencial às granjas comerciais. Quando se pensa em aves migratórias, o fluxo é sempre pelo litoral. Os casos devem seguir nesta região, como na maioria dos Estados, e com medidas que possam conter o avanço das aves e da doença. Uma portaria do estado do Paraná também proíbe a entrada e saída de aves desta na região. Um dos aspectos positivos é o fato de a maior concentração as granjas comerciais do Paraná estar muito longe de cidades litorâneas, o que dificulta o avanço de espécies migratórias. Praticamente toda avicultura comercial do Estado está concentrada entre as regiões sudoeste e oeste, que têm distância média de 600 quilômetros do litoral. Mas, é importante reforçar que há outras medidas em curso.

Tendo qualquer registro na avicultura caseira, o Estado vai regionalizar por município. A biossseguridade será um desafio constante pelos próximos anos e décadas. No fim do mês passado, Santa Catarina confirmou um caso de Influenza Aviária em uma granja caseira no município de Maracajá. Na semana passada, o Estado adotou a medida de interdição municipalizada. Assim que a infecção foi confirmada, a Secretaria de Agricultura de Santa Catarina destacou que o registro não comprometia a condição do estado e do país como livre da doença. Mas, houve a interdição do município. Para dar corpo a essa medida e garantir mais detalhes sobre ela, um encontro envolvendo representantes do Ministério da Agricultura e de toda a cadeia produtiva está agendado para o dia 31 de agosto em Porto Alegre (RS). O evento também deve ser focado no principal período da migração de aves que está se aproximando, com a chegada dos meses mais quentes do ano.

A biosseguridade nas granjas é o que vai segurar a chegada da doença para plantéis comerciais. As medidas preventivas precisam ser reforçadas e adotadas por todos. Sanidade animal sempre é um desafio, pela mobilização, pela estratégia técnica, pela ciência. A gripe aviária, por enquanto, se concentra em aves da natureza. Mas, há dois registros no Brasil, no Espírito Santo e em Santa Catarina, detectados em aves domésticas. Isso provocou um estresse no mercado. No Paraná, as mais de 60 empresas comerciais da avicultura, dentre elas pouco mais de 30 que exportam, estão com protocolos intensos e adequações constantes, reforçando as necessidades de adoção rigorosa das boas práticas preventivas, em toda a cadeia. Para a Cotriguaçu Cooperativa Central, a gripe aviária está no topo das listas de preocupação do mercado de proteínas.

Toda a cadeia está extremamente envolvida com as práticas de biosseguridade para evitar que os casos cheguem aos plantéis comerciais. O registro em granjas comerciais representaria uma catástrofe financeira ao setor. A Cotriguaçu congrega, entre outras do segmento, quatro grandes cooperativas que atuam no mercado de frangos: a Coopavel, com sede em Cascavel (PR), a LAR, situada em Medianeira (PR), a C.Vale, no município de Palotina (PR) e a Copacol, que fica em Cafelândia (PR). Juntas, as quatro exportaram no primeiro semestre mais de US$ 500 milhões somente da cadeia aves, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Em todo o Brasil, há a confirmação de 85 focos de gripe aviária. O Espírito Santo segue sendo o Estado com mais casos: 29. Na Região Sul são 12 focos no Paraná, 9 em Santa Catarina e 1 no Rio Grande do Sul. Fonte: Gazeta do Povo. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.