23/Aug/2023

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) avalia que as medidas do governo federal para socorro aos produtores de leite são muito pequenas e sem reflexo imediato no mercado. Na última semana, o governo anunciou o montante de R$ 200 milhões para compras públicas de leite em pó e elevou as alíquotas de importação para lácteos de fora do Mercosul. É preciso barrar a importação. Está claro e provado a concorrência desleal e o dumping que estão acontecendo com o leite argentino, uruguaio e neozelandês. Não é possível que leite importado chegue mais barato no País. A primeira medida do governo tem de ser bloquear a importação total. Há produtores deixando a atividade em virtude da baixa rentabilidade.

A manifestação da bancada ruralista vai na linha do defendido pelos produtores de leite. A medida, contudo, esbarra nas regras do Mercosul, que prevê livre comércio entre países do bloco. O setor defende que o leite entre em uma lista de exceções ao acordo do bloco, permitindo que o produto internalizado seja taxado, mesmo sendo proveniente de países vizinhos. A abertura do mercado brasileiro ao leite importado ocorreu em meados de 2016 e que em 2018 foi proibida a reconstituição do produto no País. É preciso barrar importação e permitir que o mercado nacional se organize. Isso não significa aumento de preço na gôndola ao consumidor final, mas significa rentabilidade mínima ao produtor.

Hoje, a composição de preços entre varejo, indústria e produtor é desequilibrada. Nem mesmo a elevação dos impostos sobre lácteos importados traz alívio ao setor. O problema é que o mercado está tendo enxurrada de leite. É óbvio que quem beneficia o leite vai procurar matéria-prima mais barata. O anúncio de compra grande de leite pela Companhia Nacional de Abastecimento não muda nada. O leite do interior precisa chegar à indústria e que o mercado brasileiro mantenha sua autossuficiência. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.