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18/Aug/2023

Carnes: perspectivas são positivas no longo prazo

A Frigol demonstrou preocupação com o cenário de curto prazo do setor de carnes. O momento do setor é preocupante no curto prazo, porque algumas das variáveis que definem o resultado das empresas estão em movimento contrário. No curto prazo, há variáveis que impactam negativamente, como câmbio, riscos fiscais cada vez mais presentes, dependência muito grande de um único importador, a China, e um mercado doméstico que não decola. Esse ambiente cria uma perspectiva não tão positiva para o setor no momento. Mas, no longo prazo, as perspectivas são positivas. As exportações têm peso crescente na receita da Frigol e a companhia tem participado de todas as missões de governo a países asiáticos com o intuito de ampliar as exportações.

Mas, as ações no Sudeste Asiático não têm se transformado em vendas tão pujantes como as fechadas com a China. Hoje, todos entendem que existe um problema na China e que no curto prazo haverá um ajuste na demanda. O Brasil ainda não participa do mercado internacional de forma expressiva com produtos de maior valor agregado e os preços pelos quais a indústria de carnes brasileira vende seus produtos são os mais baixos do mercado. Apesar do crescimento a ser celebrado, há um trabalho grande com governo para melhorar condições comerciais de negociação. O Brasil tem condições muito piores que Argentina ou Uruguai, mas o País está entre as melhores indústrias de carnes do mercado mundial.

A JBS está muito otimista com o setor de carnes no longo prazo, apesar dos desafios enfrentados atualmente. No curtíssimo prazo, há um desbalanceamento entre oferta e demanda, porque na pandemia houve muitos estímulos governamentais, e agora tem inflação e redução de consumo. Então, tanto o setor de carne de frango como de suínos no mundo todo estão se ajustando. Quanto ao setor de carne bovina, cada país produtor vive uma realidade diferente, com maior oferta de boi no Brasil e menores custos para a indústria frigorífica, e menor oferta e preços mais altos do boi nos Estados Unidos.

Entretanto, o consumo de carne bovina na China já cresceu nos últimos cinco anos, mas ainda é muito baixo em comparação ao de outros mercados. O desejo e a tendência da classe média chinesa de consumir mais carne bovina deve continuar impulsionando a demanda. O consumo de carne bovina vai continuar crescendo na China. A Ásia e a África Subsaariana vão consumir muito alimento também. Sobre novas tendências de consumo global, os movimentos não mudam significativamente de um mercado para o outro e a companhia tem feito esforços para ampliar a oferta de produtos de maior valor.

A JBS tem crescido em margem investindo em marcas e produtos de maior valor agregado. Os consumidores em geral querem comprar produtos sustentáveis, mas "ninguém quer pagar mais". O consumidor não vai pagar a conta. Para oferecer produtos sustentáveis, é preciso ganhar mais eficiência. Outras tendências de consumo citadas foram a busca por produtos parcialmente prontos para serem preparados entre amigos e novas proteínas, como as desenvolvidas a partir de plantas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.