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17/Aug/2023

Frango: perspectivas positivas para o 2º semestre

Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o receio de que ocorram novas suspensões de importação de carne de frango decorrentes de casos de gripe aviária no Brasil (em criações domésticos, como já identificados, ou comerciais) tem levado algumas empresas brasileiras a adotarem medidas de prevenção, como reduzir o peso médio de alguns produtos ou o alojamento. É um movimento que se viu a partir da proibição de importações, pelo Japão, de carne de frango do Espírito Santo e de Santa Catarina. A previsão inicial era de uma produção de 15 milhões de toneladas em 2023. Hoje, a estimativa foi revisada para uma faixa de 14,8 a 14,950 milhões de toneladas. Apesar disso, o panorama é positivo para o Brasil no segundo semestre. No mercado externo, passado o primeiro impacto do aumento da inflação e com medidas de controle inflacionário em mercados importadores, há expectativa de retorno de consumo de carne de frango. Grande exportador do produto, os Estados Unidos devem manter suas exportações perto da estabilidade, o volume exportado pelo país de janeiro a junho de 2023 caiu 1,8% ante igual período do ano passado, para 2,813 milhões de toneladas.

Outro importante exportador, a União Europeia vem reduzindo suas exportações desde 2019, tendência que deve se repetir em 2023. As vendas externas do bloco recuaram 5,4% de janeiro a maio ante o mesmo período de 2022, para 408 mil toneladas e há mais espaço para quedas. Na China, dados oficiais mostram queda do abate de matrizes, que deve se refletir em queda da oferta interna de aves no segundo semestre do ano. A combinação deste quadro com menores exportações norte-americanas e europeias vem abrindo espaço para os embarques externos do Brasil. De janeiro a junho, as exportações brasileiras de carne de frango para a China subiram de 299 mil para 354 mil toneladas, com a participação do País nas importações totais de carne de frango da China passando de 45% há um ano para 50% agora. O Brasil pode ganhar market share global nas exportações de carne de frango. Hoje, o País já é responsável por 35,6% das exportações globais do produto. O Brasil se consolidou nos últimos dez anos como maior exportador mundial de carne de frango e o panorama de médio prazo das exportações é muito positivo.

Houve crescimento não só nas exportações à China, mas para outros mercados. Além do Brasil, os Estados Unidos também podem se beneficiar da menor oferta interna chinesa. No mercado interno, a perspectiva de queda de desemprego no segundo semestre, injeção de recursos por programas governamentais, como o Bolsa Família, entre outros fatores macroeconômicos, devem sustentar um aumento da demanda interna no segundo semestre e limitar os efeitos de um eventual incremento da disponibilidade de carne no ano, estimado em 1,5%. Entretanto, essa variação na disponibilidade pode mudar, dependendo do tamanho da produção e das exportações, mais próximas do teto ou da base das projeções. O segundo semestre será positivo e de recuperação para os três setores (carnes de frango e suína e ovos). O controle de inflação em países que são compradores do Brasil faz a gente prever um melhor desempenho das proteínas do Brasil em 2023 e em 2024. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.