16/Aug/2023

As negociações de bois gordos no mercado físico estão lentas, com baixa liquidez. Os frigoríficos seguem cautelosos em adquirir lotes volumosos de bovinos, tendo em vista o fraco mercado interno e os preços mais baixos pagos pelo boi gordo no mercado externo. Tal situação pressiona o preço nas regiões produtoras do País. O comprador testa o mercado e, surpreendentemente, consegue adquirir boiadas com a oferta lançada.

Diante disso, o preço não reage e o sentimento vigente é de que é melhor vender hoje, pois o preço amanhã estará pior. Esse comportamento faz com que o volume de gado ofertado seja suficiente para atender ao consumo interno e externo de carne bovina com relativa folga. Tendo por referência as regiões pecuárias em São Paulo, a cotação do boi gordo há um ano, em 9 de agosto de 2022, estava em R$ 299,50 por arroba, livre dos impostos, e, em 9 de agosto deste ano, estava em R$ 221,50 por arroba, uma queda aproximada de 26%, ou R$ 78,00 por arroba.

Considerando um boi com peso de 19 arrobas, a perda por cabeça está em R$ 1.480,00 por cabeça. Além da queda no boi gordo, os preços pagos por importadores da carne bovina brasileira também estão retraídos. Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 225,00 por arroba a prazo. Em Mato Grosso do Sul, o boi gordo está cotado a R$ 217,00 por arroba à vista. Em Mato Grosso, a cotação é de R$ 199,00 por arroba a prazo. A indústria está pressionando os preços nessas regiões. Na Bahia, a cotação é de R$ 200,00 por arroba a prazo. Com o mercado esvaziado, os preços se mantêm estáveis na maior parte das regiões.

Em São Paulo, no atacado, o fluxo de comercialização é suficiente para neutralizar novas quedas. A alta no preço das carnes concorrentes também colabora no ganho de competitividade da carne bovina. No entanto, o foco das indústrias frigoríficas ainda é liquidar estoques antes de retomar as compras de bois terminados. O traseiro do boi está cotado a R$ 18,10 por Kg; o dianteiro a R$ 13,10 por Kg; e a ponta de agulha a R$ 13,10 por Kg.