04/Aug/2023
O governo federal deverá anunciar, na próxima semana, a compra de leite em pó pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) como forma de ajudar o setor da pecuária leiteira nacional, que enfrenta uma crise com a concorrência de produtos lácteos importados do Uruguai e da Argentina. Apesar da queda nos preços pagos aos produtores brasileiros, o índice não está abaixo do Preço Mínimo estipulado pela Conab e por isso o governo deverá aplicar a modalidade de Compra com Doação Simultânea. As áreas do governo federal envolvidas no tema ainda discutem os detalhes da medida, mas há demanda para aplicação de R$ 100 milhões para a aquisição do leite. O valor, no entanto, ainda não está definido. O anúncio deverá ocorrer na terça-feira (08/08).
O leite deverá ser doado em cestas básicas e destinado ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). O presidente Lula determinou que o leite e seus derivados sejam incluídos no PNAE. Isso vai criar uma grande demanda por produtos de leite, equilibrando os preços ao produtor brasileiro. O Preço Mínimo do leite nas Regiões Sudeste e Sul do País está em R$ 1,88 por litro. Na Região Centro-Oeste, com exceção de Mato Grosso, o preço é de R$ 1,87 por litro. Na Região Norte e em Mato Grosso, o valor é de R$ 1,38 por litro. Na Região Nordeste, o índice é de R$ 2,17 por litro. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o preço médio no Rio Grande do Sul, Estado em que os produtores têm protestado contra as importações, ficou em R$ 2,35 por litro em junho deste ano.
No Brasil, a média de preços pagos aos pecuaristas foi de R$ 2,55 por litro naquele mês. O Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou, na reunião de julho, uma resolução que retira a desoneração para a importação de alguns derivados de leite, como whey protein, aprovada na gestão anterior. Produtos como lactalbumina, incluindo os concentrados de duas ou mais proteínas de soro de leite, terão a tarifa de importação majorada de 4% para 11,2%. Outros complementos alimentares saem de 0% para 12,8%. Mas o impacto é pequeno. O grande impacto, para equilíbrio dos preços os produtores, será com a compra de leite pelo governo. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.