01/Aug/2023

Segundo o Itaú BBA, um novo recorde de exportação de carne de frango em 2023 é possível desde que o Brasil não sofra eventuais embargos associados ao avanço dos casos de gripe aviária. A detecção de casos da doença em aves silvestres no Brasil acendeu alerta no setor, dada a maior proximidade do problema dos sistemas de produção comercial de carne de frango e ovos. Embora casos em granjas comerciais ainda não tenham ocorrido no País, parece uma questão de tempo. Tudo vai depender de qual vai ser a reação na hora em que isso acontecer. Se o País conseguir conter, pode ser que não gere grandes complicações.

Caso essa hipotética introdução da gripe aviária no sistema comercial ocorra seguida do controle no avanço para outras áreas, é de se esperar que o problema seja temporário e restrito à área afetada e seu entorno, com consequências bem mais brandas em termos de bloqueios à exportação, excedentes de carne no mercado interno e demanda por milho. O Brasil tem 74 casos no momento, sendo 72 em aves silvestres e duas em produção de subsistência, chamada de criação doméstica. O País segue sustentando o status sanitário internacional de livre de gripe aviária embora já tenha sofrido embargo por parte do Japão aos produtos do Espírito Santo e Santa Catarina. Já em um cenário de proliferação dos casos em granjas comerciais, é possível que, em curto prazo, ocorra o fechamento de alguns mercados no exterior com consequente maior direcionamento da produção para o mercado doméstico, o que tenderia a reduzir ainda mais os preços da carne, que já vêm recuando desde o ano passado.

A margem do frango ainda não está no azul porque todo o benefício da queda de custo está sendo perdido pelos preços muito fracos. Outro efeito apontado na hipótese de disseminação rápida da gripe aviária seria uma retração no consumo de milho, uma vez que a avicultura de corte representa próximo de 45% da demanda de milho para rações no País e outros 9% a postura. Contudo, que o País possui nível alto de biossegurança para granjas de frango de corte e não tem rotas de migração de aves em toda a sua extensão como ocorre nos Estados Unidos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.