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28/Jul/2023

Suíno: bem-estar animal e resultados financeiros

Embora seja uma ideia relativamente recente, que começou a penetrar no mercado há cerca de quinze anos, a importância de um ambiente controlado na produção de suínos está aos poucos se consolidando nas granjas de todo o País. Hoje, dificilmente um novo projeto de galpão sai do papel sem prever, ao menos, medidas de climatização que garantam o bem-estar do rebanho. Não é uma questão única e exclusivamente de amor aos animais. Significa também dinheiro no bolso. Um ambiente agradável aos suínos melhora as taxas de parto e de leitões nascidos vivos; diminui o tempo de recuperação das fêmeas pós-desmame, fazendo com que voltem rápido à reprodução; e aumenta a taxa de conversão alimentar, acelerando o ganho de peso e diminuindo os gastos com ração, entre outros benefícios. Ou seja, há uma relação direta com a sustentabilidade financeira do negócio.

Segundo a Escola Superior de Agricultura Luís de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), uma granja climatizada produz muito mais. As pessoas estão percebendo que os animais são seres sencientes, sentem frio e calor, e que isso afeta a produção e a reprodução deles. Por exemplo, animais que estão em estresse térmico ficam apáticos e, por isso, comem menos. Para obterem esses resultados, as granjas contam atualmente com uma tecnologia que inclui painéis de isolamento térmico, ventilação, exaustores, janelas automáticas para a renovação do ar e sistemas de resfriamento por evaporação. As tecnologias vêm evoluindo ano a ano, com um conceito central: automação. Segundo a Plasson, empresa global que comercializa equipamentos para suinocultura e avicultura, o importante é que tudo seja controlado de forma automática e eficiente.

Senão, todo o sistema fica refém de uma mão de obra que pode falhar e que nem sempre estará disponível. Segundo o Sistema Faep/Senar-PR, as granjas de pressão negativa são como se tivessem um ar-condicionado. Através de placas evaporativas é possível manter temperaturas muito menores do que no exterior da unidade. Por exemplo, na região oeste do Paraná, que é um dos principais polos da suinocultura e onde os termômetros chegam a 35ºC, a temperatura interna dos barracões pode ficar em 22ºC. Isso é importante para os suínos mais velhos, como fêmeas reprodutivas, cachaços (machos adultos, também utilizados na reprodução) e aqueles em fase de terminação, a última da engorda. É nessa fase que se pode utilizar ainda as lâminas d’água, uma espécie de piscina bem rasa, onde os suínos se deitam, rolam e trocam calor com a terra fresca.

Os suínos precisam desse tipo de atividade porque não possuem glândulas sudoríparas, que, nos humanos, por exemplo, ajudam a termorregular o organismo. É inclusive por isso que, antigamente, os suínos eram vistos na natureza próximos à lama. Os gotejadores, que pingam água de maneira moderada, e os nebulizadores, que produzem uma névoa capaz de refrescar o ambiente, são também ferramentas utilizadas para baixar a temperatura de um galpão. Nas regiões frias, muitas vezes é necessário aquecer as instalações, principalmente para leitões recém-nascidos, que devem ficar em locais com temperatura entre 28ºC e 32ºC C. Nesse caso, são usados os chamados escamoteadores, que são casinhas com lâmpadas e pisos aquecidos. Um pouco mais adiante, na fase da creche, é possível obter um efeito parecido utilizando-se fornalhas. Fonte: Suinocultura Industrial. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.