ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

27/Jul/2023

Boi: custos da cria e recria recuam no 1º semestre

Os custos de produção da pecuária de corte dos sistemas de cria e de recria engorda recuaram no balanço do primeiro semestre de 2023. O principal motivo para esse resultado está atrelado ao movimento de queda nos preços de insumos para suplementação e dieta do rebanho. Esse cenário traz certo alívio aos pecuaristas, sobretudo diante da queda nos valores de negociação do boi gordo ao longo deste ano. No acumulado de 2023 (de dezembro/2022 até a parcial de julho/2023), o preço médio do boi gordo em São Paulo registra baixa de 9,04%, em termos reais (deflação pelo IGP-DI). No caso do sistema de cria, o COE (Custo Operacional Efetivo) da pecuária de corte caiu 3% de dezembro/2022 para junho/2023, considerando-se a “Média Brasil” (que engloba os estados do Acre, Bahia, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rondônia, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantins).

Essa retração se mostra contrária ao cenário verificado no mesmo período de 2022, quando os custos registravam alta, de 12%. A baixa no custo de produção desse sistema verificada na primeira metade de 2023 está menos intensa do que da inflação (IGP-DI) do mesmo período, que foi de negativos 4,96%. Dentre os grupos de insumos que mais influenciaram a queda dos custos do sistema de cria no primeiro semestre, o destaque foi a redução no preço de suplementos minerais, que representaram, em junho/2023, pouco mais de 30% do COE do sistema. Na primeira metade de 2023, esse item acumulou queda de 11% na “Média Brasil”. Esse cenário se deve ao reajuste nos preços de matérias-primas importadas, como o fosfato bicálcico e o ácido fosfórico.

Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) apontam que, nos primeiros seis meses de 2023, os preços médios por unidade importada do fosfato bicálcico e do ácido fosfórico foram, respectivamente, 12% e 26% inferiores aos do mesmo período em 2022. No caso do sistema de recria e engorda, o COE recuou ainda mais no primeiro semestre de 2023, com baixa de 10%, na “Média Brasil”. Neste caso, a pressão veio da desvalorização dos bovinos de reposição, de 14% na primeira metade deste ano. Além disso, a queda nos preços dos grãos influenciou a redução dos custos com insumos de dieta, que acumulam queda de 3% no primeiro semestre de 2023. O custo da terminação também foi influenciado pela já descrita retração nos preços de suplementos minerais e proteicos, sendo a baixa de 10% na primeira metade deste ano. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.