ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

18/Jul/2023

Plant-based: Vida Veg investe para ampliar fábrica

Foi para atender a uma demanda pessoal que o empresário Álvaro Gazolla decidiu criar a Vida Veg, uma empresa que desenvolve alimentos “plant-based”, à base de vegetais. Vegano, ele tinha dificuldade para encontrar no varejo comidas que não envolvessem animais na produção. Decidiu montar a Vida Veg como alternativa para competir no mercado de lácteos. Ele fundou a empresa com o sócio Anderson Rodrigues. O empresário foi sócio da Verde Campo, um laticínio de Lavras (MG) voltado a produtos saudáveis (zero lactose) vendido em 2016 para a Coca-Cola. Antes da venda para a multinacional, a Vida Veg já havia sido criada também na cidade mineira. Na época, Rodrigues cursava mestrado na área de consumo consciente, e percebeu que havia um nicho de mercado a ser explorado em alimentos feitos a partir de vegetais, cuja produção também tem um impacto muito menor na liberação de gases de efeito estufa na atmosfera, uma demanda crescente entre consumidores e empresas.

No Brasil, o mercado de alimentos lácteos feitos à base de plantas ainda é pequeno, mas especialistas projetam uma arrancada nos próximos anos, com o aumento do interesse dos consumidores. A experiência acumulada na Verde Campo e as andanças pelo mundo deram a Gazolla conhecimento para entender o potencial da categoria de alimentos saudáveis e sustentáveis no mercado. Por isso, ele e o sócio decidiram acelerar o negócio. O plano agora é investir não só em tecnologia para quebrar o estigma de falta de sabor nos produtos à base de vegetais, mas também no aumento da capacidade de produção da fábrica e em novos produtos. Em agosto, deve chegar ao mercado um enérgico natural feito à base de café e óleo de coco, o Vida Coffee. A intenção é conquistar o consumidor que quer tomar energético no trabalho, por exemplo, mas tem receio de ser tachado de “baladeiro” se for visto com uma latinha de produtos do gênero durante o expediente. A companhia tem 43 produtos, entre “leites, queijos, iogurtes, manteigas e outros lácteos” feitos a partir de vegetais, como castanhas e coco. No ano passado, faturou R$ 42 milhões, e espera mais do que dobrar esse valor neste ano.

R$ 80 milhões estão garantidos, mas a empesa mira R$ 100 milhões com os lançamentos. arrancada acontece com a aplicação de R$ 10 milhões no aumento da capacidade de produção da fábrica em Lavras, que salta de 200 toneladas para 1.000 toneladas por mês. Os recursos são parte de uma captação de R$ 18 milhões feita em 2021, com a entrada de um fundo nacional, o X8. Focado em ESG (melhores práticas ambientais, sociais e de governança), o fundo investe em empresas de impacto ambiental. Nos últimos tempos, a empresa tem sido procurada por outros fundos interessados em fazer aportes na empresa. Além da imagem de falta de sabor dos produtos, outro obstáculo para conquistar o consumidor é o preço. Mesmo voltado para as camadas de maior poder aquisitivo, o produto pode custar até 30% mais em relação a um lácteo tradicional e premium. O que encarece a produção são matéria-prima e impostos. Os produtos lácteos tradicionais que estão na cesta básica, como leite e iogurtes, são hoje isentos de PIS e Cofins. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.