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12/Jul/2023

Boi: estimativa atual do rebanho comercial brasileiro

O 11º Rally da Pecuária 2022/2023 divulgou, nesta terça-feira (11/07), estimativa de que o rebanho brasileiro comercial atual é de aproximadamente 162 milhões de cabeças. O rebanho comercial é aquele que é administrado por produtores com foco comercial e que frequentemente negociam insumos, serviços e bovinos. Os dados incluem todos os bovinos que estão em cocho, gado que passou por confinamento e bezerros oriundos de propriedades leiteiras. O rebanho total do Brasil, incluindo criações não comerciais, chega a 202,8 milhões de cabeças. A área ocupada por pastagens comerciais atualmente no País gira em torno de 100 milhões de hectares. A área total de pastagens no Brasil, comerciais e não comerciais, está em torno de 158 milhões de hectares. A produtividade média da pecuária brasileira em 2023 é estimada em 4,8 arrobas por hectare por ano.

A produtividade média do público representado pelo Rally, mais tecnificado, chega a 8 arrobas por hectare por ano. O rendimento médio dos participantes da pesquisa é ainda mais alto, de 12,8 arrobas por hectare por ano. A produtividade média de pecuaristas que integraram o Rally da Pecuária nos últimos 12 anos cresceu 87,2%, saindo de 6,88 arrobas por hectare por ano em 2011 para 12,88 arrobas por hectare por ano em 2023. No mesmo período, o rendimento médio de pecuaristas do País cresceu bem menos, 41%, saindo de 3,38 arrobas por hectare por ano para 4,77 arrobas por hectare por ano. Por ano, os produtores que integram o público do Rally registraram crescimento de produtividade de 5,4% desde 2011, considerando o ciclo completo, da produção dos bezerros até a terminação. No Brasil, a produtividade da pecuária cresceu 2,9% por ano neste mesmo intervalo.

Há uma clara diferença de resultados conforme a adoção de tecnologia nas propriedades amostradas. Pecuaristas que operam com níveis mais altos de rendimento conseguem obter renda mais elevada por hectare. Por reunirem melhores condições, tendem a crescer acima da média, concentrando o movimento nas vendas dos produtos pecuários. Cálculos feitos pela Athenagro mostram que 69% dos produtores entrevistados durante a expedição 2022/2023, que operam com produtividade média de 3 a 12 arrobas por hectare, são responsáveis por apenas 23% das vendas do grupo. Já 18% dos entrevistados, com rendimento médio de 12 a mais de 60 arrobas por hectare, concentram 57% das vendas. Quando estes números são apresentados, frequentemente questionam se essa concentração se deve ao tamanho dos maiores produtores entrevistados ao longo do Rally.

No entanto, os 18% dos produtores ocupam 8,5% da área disponível para produção. O levantamento deste ano também buscou se aprofundar sobre a relação de pecuaristas com fornecedores indiretos, ou seja, aqueles que fornecem bezerros e bois magros para engorda a fazendeiros que vão terminar o gado e enviá-lo para abate. Cerca de 20% do rebanho brasileiro (de fornecedores indiretos de gado) é operado de forma praticamente extrativista e imprevisível do ponto de vista comercial. Produtores entrevistados durante o levantamento disseram que se relacionam, em média, com 11 fornecedores indiretos, mas alguns falaram que lidam com mais de 100. Também foi questionado quantos bovinos são negociados em cada transação com um fornecedor indireto de bezerro: pecuaristas responderam que compram, na média, 94 bezerros, mas alguns chegaram a informar que negociam até 3 mil bezerros.

A equipe do Rally da Pecuária vem aumentando esforços para esclarecer sobre o balanço de carbono na atividade pecuária, utilizando a linguagem dos produtores. Remover maiores quantidades de carbono, assim como emitir menos, representa aumento da produtividade e redução de desperdícios. Recuperar uma pastagem é melhor do que reformá-la, se levar em consideração o uso de combustíveis fósseis. A reforma demanda grande número de operações com maior consumo de combustíveis. Operações que revolvem o solo, como a gradagem, demandam mais horas de trabalho e aumentam a emissão de carbono pela queima de matéria orgânica. Tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental, a melhor estratégia para as pastagens que não estejam em integração com lavoura é evitar que sejam revolvidas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.