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06/Jul/2023

Boi: crescem exportações de carne no 1º semestre

Mesmo diante da suspensão dos embarques de carne bovina à China, maior destino da proteína brasileira, entre meados de fevereiro e de março, as exportações do produto in natura registraram no primeiro semestre de 2023 o segundo melhor desempenho da história para este período, considerando-se toda a série histórica da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O volume embarcado de janeiro a junho de 2023 ficou atrás apenas do escoado no mesmo período do ano passado. De acordo com dados da Secex, no primeiro semestre, os embarques de carne totalizaram 882,67 mil toneladas, apenas 5,33% inferior ao do mesmo período de 2022 (que é recorde), mas 13,54% superior ao de 2020, que, até então, sustentava o segundo melhor primeiro semestre. Apesar de o Real apresentar valorização frente ao dólar nos últimos meses, a carne brasileira seguiu competitiva no mercado internacional, possibilitando que os envios em junho continuassem intensos.

Avaliando-se mês a mês, os volumes embarcados em fevereiro, março e abril de 2023 estiveram, nesta mesma ordem, 20%, 26,5% e 30% abaixo dos escoados nos mesmos meses do ano passado. Em janeiro, maio e junho de 2023, as quantidades exportadas pelo Brasil foram recordes para esses respectivos períodos, sendo 14%, 10% e 26,3% acima dos meses equivalentes de 2022, garantindo um bom resultado para o semestre. Isso significa que, caso os envios à China não tivessem sido suspensos por algumas semanas, certamente o Brasil estaria registrando recorde de exportação no primeiro semestre deste ano. Em junho, especificamente, foram exportadas 192,74 mil toneladas de carne, 14,4% acima do volume de maio/2023, sinalizando forte recuperação nos envios após a suspensão à China. Se, por um lado, o volume escoado vem apresentando tendência de alta, o preço pago pela carne nacional vem caindo. Em junho, a média foi de US$ 5.054,10 por tonelada, recuo de 0,88% frente ao de maio e 26% abaixo do de junho/2022.

Analisando-se o desempenho mês a mês, as médias mensais dos valores pagos pela carne brasileira de janeiro a junho de 2023 estão todas abaixo das registradas nos respectivos meses de 2022. Essas quedas, por sua vez, estão atreladas ao movimento internacional de inflação e de pressão sobre as cotações de commodities e alimentos, assim como a já citada valorização do Real. Diante dos volumes aquecidos e do preço pago menor, a receita com as vendas externas da carne bovina in natura também foi a segunda melhor da história para um primeiro semestre. O montante somou US$ 4,35 bilhões de janeiro a junho de 2023, sendo 22,66% menor que o recorde registrado no mesmo período do ano passado. No campo nacional, apesar do maior ritmo dos embarques da carne nas últimas semanas, a oferta elevada de gado pronto para o abate mantém certa pressão sobre os valores de negociação do boi gordo. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.