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26/Jun/2023

Alternativas para reduzir metano na produção leiteira

O setor pecuário desempenha papel importante alimentando o mundo. Por outro lado, contribui com emissões de gases do efeito estufa (GEE). O crescimento da população até 2050, atingindo aproximadamente 10 bilhões de pessoas, coloca a pecuária frente a um grande desafio para aumentar a produção de alimentos sem aumentar as emissões de GEE, ou mesmo, diminuí-las. Inseridos no contexto da agropecuária e mudança de uso da terra, os bovinos produzem o metano (CH4) através de fermentação entérica e da fermentação do esterco. O metano pode permanecer na atmosfera antes de se decompor entre 10 e 12 anos. Porém, em sua permanência, apresenta o potencial de aquecimento 86 vezes maior do que o dióxido de carbono (CO²), em um período de 20 anos, de acordo com Climate and Clean Air Coalition.

A produção de leite enfrenta desafios para reduzir suas emissões de GEE e, ao mesmo tempo, aumentar a produção para alimentar a população a cada ano. Segundo a FAO, a produção de CH4 entérico corresponde em torno de 60% das emissões de GEE do gado leiteiro. Além do efeito ambiental, os gases do efeito estufa representam uma perda de energia e nitrogênio, componente fundamental da proteína, que poderiam estar sendo utilizados para potencializar a produção do leite. O fator de emissão pela fermentação entérica para gado de leite seria em média de 61 Kg de CH4/cabeça/ano. As práticas aplicadas pelo produtor no manejo do gado e na alimentação são determinantes para os resultados das emissões produzidas pela fermentação entérica. Bovinos com dietas balanceadas e constituídas de alimentos menos fibrosos (concentrados) ou com fibras mais digestíveis tendem a produzir menos metano no rúmen, situação encontrada em sistemas de confinamento.

Uso de aditivos alimentares, plantas contendo taninos, gordura, óleos alimentares e seleção genética para o consumo alimentar residual podem também ser alternativas para reduzir as emissões por metano. Outra forma de reduzir a emissões de metano na produção é a utilização de sistemas integrados, principalmente pela presença do componente arbóreo que apresenta grande potencial em sequestrar carbono acima e/ou abaixo do solo. Os produtores brasileiros que desejam implementar este sistema em suas propriedades, podem contar com programas criados pelo governo para apoiar estes produtores na implementação de tecnologias de redução de emissões. Criado pela Ministério Agricultura e Pecuária em 2012, o Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono), tem por finalidade a organização e o planejamento das ações a serem realizadas para a adoção das tecnologias de produção sustentáveis, para contribuir com os compromissos de redução de emissão de GEE no setor agropecuário assumidos pelo Brasil.

O plano é composto por sete tecnologias: recuperação de pastagens degradadas, integração lavoura-pecuária-floresta; sistemas agroflorestais; sistema plantio direto; fixação biológica de nitrogênio; florestas plantadas; tratamento de dejetos animais e adaptação às mudanças climáticas. Portanto, é de suma importância que o produtor de alimentos se atente aos manejos com os bovinos e a adoção das tecnologias disponíveis para atingir uma produção mais sustentável em um futuro próximo. Em consequência, essas atividades podem proporcionar aumentos significativos na produção e reduzir a emissão do gás metano dentro das propriedades rurais. Fonte: MilkPoint. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.