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19/Jun/2023

RS: granjas reforçam medidas contra Gripe Aviária

O primeiro caso de gripe aviária no Brasil foi registrado no dia 15 de maio, na região litorânea do Espírito Santo. O vírus H5N1, de Alta Patogenicidade, foi confirmado em uma ave silvestre da espécie Thalasseus acuflavidus, mais conhecido como Trinta-réis-de-bando. No Rio Grande do Sul, o primeiro caso da doença foi registrado em 29 de maio, também em uma ave silvestre da espécie Cygnus melancoryphus, conhecida como cisne-de-pescoço-preto. O caso foi confirmado na Reserva Ecológica do Taim, no sul do Estado. Até o momento, outros três Estados também registram casos: São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. No Rio Grande do Sul, que está entre os três maiores produtores de frango do País, o monitoramento das aves migratórias foi intensificado por terra, água e com uso de drones.

A Reserva Ecológica do Taim foi isolada e não recebe equipes para estudos no momento. O local concentra pelo menos 230 espécies de aves. A Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul averigua e faz testes em todas as aves encontradas mortas ou doentes. Muitas morrem de causas naturais, pela própria migração, mas, mesmo assim, é preciso manter uma rotina e ter certeza que não há contaminação nelas. Depois dos testes todas são incineradas conforme o protocolo sanitário. Da mesma forma as equipes de vigilância seguem rotinas estabelecidas pelos protocolos do Ministério da Agricultura para Influenza Aviária e Doença de New Castle dentro das granjas comerciais de frangos e ovos. Quando há uma mortalidade de mais de 10% em um lote as averiguações são feitas.

Frangos morrem por diversas causas que não doenças. Até o momento não há nenhuma suspeita da Influenza Aviária em plantéis comerciais no Estado. As regiões com maior número de aves alojadas para produção comercial são o Vale do Taquari e Serra. Conforme a Radiografia da Agropecuária Gaúcha, divulgada pela Secretaria da Agricultura, referente ao ano de 2021, o Rio Grande do Sul produziu 1,63 milhão de toneladas de carne de frango e 3,8 bilhões de ovos, somando mais de R$ 15 bilhões no Valor Bruto da Produção estadual. Ainda é destaque a produção de perus, sendo líder nacional, com média de 59 milhões de quilos anuais. Nas granjas de produção, medidas de biosseguridade já são adotadas pelo menos há sete anos, mas algumas foram intensificadas com a confirmação do caso. São elas:

- Somente pessoas autorizadas têm acesso aos estabelecimentos. Para entrar é necessário fazer o processo de higienização que inclui tomar banho, trocar de roupa e calçado, esterilizar a sola com cal, passar álcool gel nas mãos e só depois ter acesso às aves. O vírus costuma ter forte presença nas fezes e pode ser proliferado através dos calçados por isso cuidado redobrado neste aspecto;

- Funcionários não podem ter contato com outras aves nem ter aves de estimação como papagaios, por exemplo;

- Veículos que visitam as granjas devem passar por barreiras de desinfecção com água e produtos próprios, fornecidos pelas empresas integradoras;

- Telas e vedações foram colocadas junto ao teto dos aviários para evitar a entrada de aves de vida livre;

- As aves poedeiras criadas no sistema cage-free, que têm acesso ao pastejo no pátio, foram confinadas no galpão e telas protegem as laterais, já que pelo sistema elas precisam ter acesso a luz solar.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) reforça que o cercamento das propriedades é uma importante ferramenta para manter o País livre de Influenza Aviária e não alterar o status para a exportação. Até o momento, os casos confirmados nas aves silvestres estão distantes das granjas comerciais. Existe na Europa, por exemplo, muita quantidade de focos e existem granjas livres em meio a zonas afetadas. Isso prova que é possível ter uma propriedade blindada. É só seguir à risca as medidas de biosseguridade: isolamento, distanciamento, higiene, cuidado para tudo que entra na propriedade. Fonte: Canal Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.