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14/Jun/2023

Leite: Conseleites avaliando integração nacional

Os Conseleites brasileiros avaliam a integração de suas câmaras técnicas e grupos de debate de forma a buscar soluções conjuntas para os entraves do setor. A proposta surgiu durante o 1º Encontro Nacional dos Conseleites do Brasil, realizado no dia 8 de junho durante a Megaleite, em Belo Horizonte (MG). Atualmente, cada câmara técnica delimita sua metodologia de trabalho e parâmetros para obtenção do valor de referência do leite, mas as dificuldades vividas nos seis Estados onde há colegiado são similares: margens de rentabilidade minimizadas, falta de estímulo à produção e concorrência ferrenha com os importados. Uma agenda de novos encontros foi debatida com expectativa de reprises anuais com rodízios entre os seis Estados: Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso, Minas Gerais e Rondônia. Outra proposição que surgiu para reforçar essa integração foi a de criação de um parâmetro de estoques nacionais de forma a quantificar o leite armazenado no País.

Reunindo lideranças de produtores e indústrias, o evento foi marcado por apresentação de conquistas e desafios pelos seis Estados onde há colegiado, entre eles o Rio Grande do Sul, onde as reuniões estão temporariamente suspensas por falta de liberação de recursos do Estado (Fundoleite) para arcar com o estudo. O Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat) salientou a importância do Conseleite. O Conseleite/RS vive divisor de águas no Estado, mas segue sendo o melhor local para ter transparência de posição das partes. É um setor onde a concorrência começa no campo e termina na gôndola. Há dois grandes grupos de produtores: os que estão sobrevivendo com problemas de sucessão e financeiros e que senão houver ação conjunta de uma política de Estado devem sair da atividade e aqueles que estão investindo. Ressalta-se o aumento na aquisição de robôs para a ordenha do gado leiteiro.

O primeiro Conseleite surgiu no Paraná em 2003, seguido por Santa Catarina e Rio Grande do Sul (2007), Rondônia (2010), Minas Gerais (2019) e Mato Grosso (2021). Juntos, os Conseleites representam 68,3% do leite processado no Brasil, sendo que Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul respondem por 24,5%, 14,40% e 13,30%, respectivamente. Entre os principais ganhos constatados ao longo desses anos, está um estreitamento do diálogo na cadeia produtiva, consolidando-os como agentes de desenvolvimento do capital social. Para quantificar os ganhos advindos desse processo, já se estuda, inclusive, a adoção de uma pesquisa objetiva para mensurar o impacto do Conseleite na construção do capital social dos Estados. Avanço destacado pela Federação de Agricultura do Estado de Minas Gerais. Havia uma dificuldade gigantesca de conversar com as indústrias, diferentemente desse momento que atual nos Conseleites. É preciso estimular o convívio entre os Estados e as cadeias.

É preciso união para dialogar, diminuindo as tensões políticas para que seja possível avançar. O agro precisa ser mais bem compreendido. A solução para o impasse do setor é longa. Não são só as importações. O problema da pecuária leiteira está dentro das porteiras, em gestão, em genética, em sanidade, em nutrição. É preciso trabalhar da porteira para dentro e da porteira para fora. Foram destacadas as diferenças de parâmetros definidas entre os Conseleites (há variações de nível gordura, proteína, e até carga por propriedade no cálculo do valor de referência). Entre as tendências, pode-se citar os ganhos que devem surgir com a tecnologia da informação e o uso de plataformas inteligentes para pesquisa. No curto prazo, o desafio é reduzir custos de revisões e fazer esforço para parametrizar as indústrias, assim como se fez com os produtores em relação a diferentes portes e ramos de atividades. Conhecer, confiar e usar o Conseleite. Esse é o desafio. Fonte: MilkPoint. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.