13/Jun/2023
O leite é um dos alimentos mais nobres e acompanha todo o ciclo de vida do ser humano. Entretanto, este produto inserido no cotidiano, principalmente no café da manhã, mesmo sendo sinônimo de saúde, também pode ocasionar alguns problemas digestivos em uma parcela da população. Não há um estudo oficial, mas uma estimativa aponta que cerca de 70% dos brasileiros sofrem algum desconforto gastrointestinal com o consumo de leite e seus derivados. Para alguns consumidores, uma opção é o leite A2. A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo explica que este problema é muito comum logo nos primeiros anos de vida. A alergia à proteína do leite de vaca (APLV) é o tipo de alergia alimentar mais comum nas crianças até três anos de idade e é caracterizada pela reação do sistema imunológico às proteínas do leite, principalmente à caseína e às proteínas do soro. As pesquisas realizadas sobre esta variedade trouxeram resultados positivos, mas é de suma importância manter a constância para novas descobertas e afirmações.
Alguns estudos já sugerem diversos benefícios na troca do consumo do leite comum pelo A2, que pode fortalecer a imunidade e evitar o aumento da inflamação e dos problemas gástricos. Esse tipo de leite pode ser uma alternativa para pessoas com maior sensibilidade no sistema digestivo por ser notoriamente de mais fácil digestão. O que é o leite A2? Aproximadamente 45% das proteínas do leite são β-caseína. Os leites comuns contêm uma mistura de variantes A1 e A2 da beta-caseína. O tipo A1 é conhecido por levar à formação de um peptídeo altamente inflamatório, conhecido como BCM-7, no processo de digestão. Diferentemente, os leites A2 possuem exclusivamente a beta-caseína A2 que não forma essa substância. Vale ressaltar que a Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, por meio do Instituto de Zootecnia (IZ), instituição de pesquisa da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), foram primordiais com os estudos iniciais do Leite A2.
A metodologia, desenvolvida no Laboratório de Genética do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Genética e Biotecnologia do IZ, permite constatar a presença de leite bovino em leite ou derivados comercializados como exclusivamente de búfala, cabra ou ovelha. É possível ainda identificar as vacas que produzem leite tipo A2, indispensável no manejo genético e formação de rebanho para produção desse leite. O processo não demanda um investimento tão alto ao produtor, a partir do teste genotipagem da vaca, em laboratórios especializados, e a certificação do leite por empresas certificadoras. No laboratório, é feita a genotipagem das vacas por meio de PCR convencional e os produtos por PCR em tempo real. Essas metodologias de genética molecular permitem identificar os genes. Sendo que o convencional é qualitativo, ele apenas diz qual é o gene e em tempo real quantifica. Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.