05/Jun/2023
A oferta global de carne bovina deverá ser estável nos próximos 12 meses, segundo relatório do Rabobank. A perspectiva é de aumento de 2% da oferta do Brasil e de 7% da Austrália, que devem equilibrar a redução de 2% da produção dos Estados Unidos. Com a expansão da produção, tanto Brasil quanto Austrália contam com um aumento nos volumes de exportação, uma vez que o consumo doméstico permanece estático ou está em declínio. A menor produção nos Estados Unidos e também no Canadá pode beneficiar o Brasil e a Austrália, que hoje têm produto mais barato do que o da América do Norte. Os mercados norte-americano e canadense vivem um momento diferente dos demais produtores de carne bovina, com queda da produção e demanda firme elevando os preços do gado a níveis recordes. Em contrapartida, outros países exportadores do produto observam preços em declínio ou estáveis.
Esse spread é o maior da história. Isso deve começar a afetar os fluxos comerciais, com uma redistribuição da demanda do produto norte-americano mais caro para produtos australianos e brasileiros mais baratos. Nos Estados Unidos, os preços recordes da carne bovina no atacado não foram repassados aos consumidores no varejo. A seca nas principais regiões produtoras do país ainda é uma preocupação e a liquidação do rebanho continua. Na Europa, a maior oferta de carne bovina empurra os preços para baixo, mas ainda assim os valores devem ficar bem acima da média de cinco anos. Haverá uma desaceleração das importações chinesas de carne bovina no segundo trimestre e uma potencial redução no terceiro trimestre, bem como tendência de queda dos preços no país, devido ao ritmo lento da recuperação da economia local.
No fim de 2022, foram suspensas no país medidas de restrição da circulação de pessoas relacionadas à Covid-19. O Brasil voltou a ter acesso ao mercado chinês em março, após a suspensão temporária das exportações ao país decorrentes de um caso atípico de encefalopatia espongiforme bovina (BSE) reportado em fevereiro. As exportações brasileiras aos chineses foram mais fortes no começo de maio do que em abril. O descarte de fêmeas desacelerou, mas continua em níveis elevados. Ainda do lado da demanda, há o novo acordo comercial entre Austrália e Reino Unido, que entrou em vigor na quarta-feira (31/05), autorizando a Austrália a exportar ao Reino Unido uma cota inicial de 35 mil toneladas isentas de impostos. Contudo, como o Reino Unido importou apenas 1.102 toneladas de carne bovina australiana em 2022, é improvável o novo acordo alterar de forma significativa os fluxos comerciais. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.