05/Jun/2023

A pressão baixista sobre o boi gordo no mercado físico ganha força dia a dia, com o aumento da oferta de bois prontos para abate e a baixa demanda da indústria, que conta com escalas alongadas. Estruturalmente, dados do Serviço de Inspeção Federal (SIF) comprovam o maior número de abates. Números parciais do SIF referentes a indústrias frigoríficas que exportam mostram que o abate bovino no País entre janeiro e maio avançou 5% em relação a igual período de 2022, com 9,4 milhões de cabeças abatidas. Trata-se do maior número de bovinos abatidos desde 2019, quando havia somado cerca de 10 milhões de cabeças.

Além disso, neste ano, estima-se que pelo menos 49% dos bovinos abatidos sejam fêmeas, sendo que de janeiro a maio de 2022 representavam cerca de 40% dos abates. As plantas com SIF representam 75% do abate total fiscalizado no País. De fato, o maior aporte de fêmeas nos abates contribui para deprimir o preço do boi gordo. Segundo o Rabobank, o descarte de fêmeas se desacelerou, mas continua em níveis elevados. Vacas têm sido enviadas ao abate por causa da queda no preço de bezerros, o que acaba não compensando a manutenção de um plantel numeroso de reprodução nas propriedades rurais. Até mesmo a cotação do "boi China" tem sofrido quedas. O bovino de até 30 meses de idade ou 4 dentes está cotado a R$ 245,00 por arroba a prazo.

Nem o maior volume exportado de carne bovina em maio contribuiu para segurar o preço do boi gordo no mercado físico. Em São Paulo, o boi gordo é negociado agora a R$ 234,50 por arroba à vista e a R$ 243,00 por arroba a prazo. A queda é de R$ 10,00 por arroba nos últimos sete dias. Em Mato Grosso do Sul, o boi gordo está cotado a R$ 226,50 por arroba à vista. Em Mato Grosso, a cotação é de R$ 217,00 por arroba a prazo. Em São Paulo, no atacado, o escoamento interno segue lento, mas os preços se mantêm estáveis. Os cortes do traseiro seguem cotados a R$ 19,10 por Kg, e os do dianteiro e ponta da agulha, a R$ 14,10 por Kg.