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25/Mai/2023

Boi: relação de troca é desfavorável ao terminador

Os preços do boi gordo para abate e dos bovinos de reposição (bezerro entre 8 e 12 meses) estão em queda neste mês de maio. As desvalorizações do boi gordo, no entanto, ocorrem de maneira mais intensa que as verificadas para a reposição, contexto que resulta em piora na relação de troca ao pecuarista que faz a recria-engorda. A pressão sobre os valores do boi gordo vem do crescimento na oferta de bovinos para abate, o que, por sua vez, está atrelado a investimentos realizados em anos anteriores e, sobretudo, ao fim da safra e à piora da qualidade das pastagens. Do lado da demanda, parte dos frigoríficos tem reduzido o ritmo de compras de novos lotes para abate, indicando ter escalas de abate mais alongadas. Assim, na parcial de maio, o preço médio do boi gordo em São Paulo é de R$ 268,50 por arroba, sendo 6,06% inferior à média de abril/2023 e quase 7% abaixo da de dezembro/2022, em termos reais (as médias mensais foram deflacionadas pelo IGP-DI).

O bezerro comercializado em Mato Grosso do Sul (Indicador ESALQ/BM&F nelore, de 8 a 12 meses), por sua vez, tem média de R$ 2.302,00 por cabeça na parcial deste mês, com queda mensal de 5,25%. No acumulado do ano, a desvalorização da reposição é de 3,75%. Diante disso, os pecuaristas que fazem a recria-engorda precisam (na média de maio) de 8,57 arrobas de boi gordo (mercado de São Paulo) para a compra de 1 bovino de reposição (Mato Grosso do Sul). Trata-se do momento mais desfavorável de 2023 ao produtor terminador. Apesar disso, o cenário atual pode melhorar para o terminador, quando analisados os preços do boi gordo para abate no mercado futuro. A B3 sinaliza preços de R$ 259,80 por arroba para outubro/2023. No caso do bezerro, a oferta neste ano pode ser maior, o que tende a resultar em pressão sobre os preços da reposição. Em abril/2023, os pecuaristas precisavam de 8,5 arrobas para realizar a mesma troca, e em dezembro/2022, de 8,29 arrobas.

Avaliando a série completa de relação de troca do Cepea, iniciada em fevereiro de 2000, a média é de 7,74 arrobas de boi gordo de São Paulo) por 1 cabeça de bezerro de Mato Grosso do Sul. Esses dados evidenciam que o atual momento está mais desfavorável ao pecuarista terminador. A menor relação de troca foi registrada em novembro de 2004, quando foi de apenas 6,03 arrobas, favorecendo o terminador. Já a maior relação de troca, quando foram necessárias 10,27 arrobas por um bezerro, foi registrada em outubro de 2021. Naquele mês, vale lembrar, os preços do boi gordo apresentavam fortes quedas, diante da longa continuidade da suspensão dos envios de carne à China, o maior destino internacional da proteína brasileira, e da entrada de bois de confinamento no spot nacional. Além disso, os valores dos bovinos de reposição seguiram relativamente firmes em outubro, reforçando para que aquele mês registrasse a pior relação da história para o recriador. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.