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24/Mai/2023

Brasil: setor avalia vacinação contra Gripe Aviária

O setor avícola brasileiro está analisando a possibilidade de iniciar um processo de vacinação de seu plantel comercial. Porém, o Brasil não é a favor da vacinação como forma de controlar a gripe aviária, pois isso inevitavelmente levaria a barreiras comerciais. O Brasil, maior exportador mundial de aves, confirmou oito casos de gripe aviária altamente patogênica (HPAI), comumente chamada de gripe aviária, em aves selvagens, mas não em um rebanho comercial. Atualmente, o Brasil está livre de HPAI. Se o status epidemiológico mudar e eventualmente o País decidir vacinar, é provável que seja submetido a algumas barreiras comerciais. Quase US$ 10 bilhões em exportações de frango estariam em risco se a gripe aviária infectasse rebanhos comerciais no Brasil, que assumiu um papel crescente no abastecimento de aves e ovos do mundo, já que os importadores proíbem a carne de frango e peru de países com o vírus.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa processadores de aves e suínos, afirmou que apoia estudos para vacinação contra a gripe aviária, em linha com ideias defendidas pelo Conselho Internacional de Avicultura (IPC) e pelo Conselho Internacional de Ovos (IEC) e se opõe à imposição de barreiras comerciais a países que adotam estratégia de vacinação. A gravidade do atual surto de gripe aviária levou alguns governos a reconsiderar a vacinação de aves, mas outros, como os Estados Unidos, permanecem relutantes principalmente por causa das restrições comerciais que isso acarretaria. O Brasil exporta aves e produtos avícolas para mais de 130 países, o que tornaria as negociações com esses importadores para aceitar seus produtos vacinados um grande desafio.

Mesmo não demandando a medida para a sua própria produção, já que a estratégia brasileira é de monitoramento e de erradicação de eventuais focos, o setor produtivo brasileiro defende que não haja barreiras comerciais às nações que optarem pela adoção da medida. A eventual adoção da vacina se dará estritamente por decisão do Ministério da Agricultura e Pecuária, por meio do Plano Nacional de Sanidade Avícola. O Instituto Butantan, em São Paulo, começou a desenvolver uma vacina contra a gripe aviária. Os testes estão sendo realizados com cepas vacinais que foram cedidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e o primeiro lote já está pronto para o início dos testes pré-clínicos, ou seja, testes em laboratório. A vacina começou a ser desenvolvida devido à preocupação de que ela possa se tornar uma nova pandemia.

A gripe aviária tem o potencial de causar nova pandemia, daí a mobilização da instituição, que se iniciou em janeiro deste ano. O processo de desenvolvimento de uma vacina é demorado e feito em diversas etapas. Após o estágio da realização dos testes pré-clínicos, que vão demonstrar a segurança e o potencial da vacina, são realizados os testes clínicos em humanos, que é a etapa mais longa. Na fase clínica, que necessita de autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser realizada, são analisadas a segurança, a eficiência e a eficácia da vacina. Caso a vacina tenha um bom desempenho na fase clínica, ela é submetida a um registro pela Anvisa e só então poderá ser aplicada na população. A Influenza Aviária (H1N5), também conhecida como gripe aviária, é uma doença viral altamente contagiosa.

A transmissão da doença ocorre pelo contato com aves doentes, vivas ou mortas. O vírus não infecta humanos com facilidade, mas o aumento de casos recentemente deixou as autoridades sanitárias do mundo todo em alerta. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), as infecções deste vírus em humanos têm sido pouco frequentes. Mas, sempre que o vírus da gripe aviária circula entre as aves, há um risco de casos humanos esporádicos. Em humanos, a gripe aviária pode ser grave, com alta taxa de mortalidade. Ainda segundo o Ministério da Saúde, a transmissão de pessoa para pessoa não é sustentada, ou seja, por enquanto, o vírus não se espalha facilmente de pessoa para pessoa. Fonte: Canal Rural e AviSite. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.