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18/Mai/2023

Boi: abates crescem em 2023 e produtividade recua

Os preços do boi gordo vêm registrando certa oscilação desde o começo do ano, mas o movimento que predomina é o de queda. E o fator de maior pressão sobre os valores em 2023 tem sido a recuperação da oferta de bois para abate, resultado de investimentos de pecuaristas em anos recentes. No acumulado da parcial deste ano (de dezembro/2022 a parcial de maio/2023), o preço médio do boi gordo em São Paulo registra baixa de 6,34%, com a média atual a R$ 270,17 por arroba. Trata-se, inclusive, da menor média desde outubro de 2019, em termos reais (as médias mensais foram deflacionadas pelo IGP-DI). Dados preliminares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados neste mês, evidenciam o crescimento da oferta neste ano. De janeiro a março de 2023, foram abatidos no Brasil 7,31 milhões de bovinos, número 5,11% superior ao do mesmo período de 2022 e o maior para um primeiro trimestre desde 2019. Entre o último trimestre de 2022 e o primeiro de 2023, verifica-se queda na quantidade de bovinos abatidos, de 2,4%.

Esse movimento é explicado pelo maior volume de chuvas nos primeiros meses de 2023, que favoreceu os pastos e levou muitos pecuaristas a segurar os bovinos. Além disso, no encerramento do ano passado, o abate foi maior que o dos primeiros meses de 2023, devido à oferta de bois saindo de confinamentos. O movimento de recuperação da oferta que vem ocorrendo no último ano pressiona o valor de negociação do boi gordo, ao mesmo tempo em que os custos de produção estão em patamares elevados. Diante disso, parte dos pecuaristas precisou manejar os bovinos no pasto e elevar o número de fêmeas para descarte. Com isso, a produção de carne de janeiro a março de 2023 somou 1,89 milhão de toneladas, 3,31% acima da do mesmo período de 2022, mas 6,45% abaixo da do último trimestre de 2022. Aqui ressalta-se que a produtividade de boi em confinamento tem média superior à de boi de pasto, o que explica o menor desempenho no início de 2023 frente ao encerramento do ano anterior.

Neste começo de 2023, foram produzidos, em média, 259,38 Kg por bovino, número 1,71% menor que o registrado nos três primeiros meses do ano passado (de 263,89 quilos/cabeça), quando atingiu recorde. Em relação ao último trimestre de 2022, houve queda de 4,15% na média de carne produzida por bovino. A retração na produtividade, por sua vez, pode estar atrelada ao tipo de alimentação no começo do ano, ao momento atual do ciclo pecuário e, sobretudo, ao maior abate de fêmeas e de vacas adultas. Com a redução dos preços do bezerro e, consequentemente, a menor margem de cria, pecuaristas descartaram mais vacas para conseguir giro na propriedade. Esse movimento deve se intensificar ao longo do primeiro semestre deste ano, principalmente no momento atual de final de safra e período de desmame de bezerros, em que o volume de fêmeas para descarte deverá aumentar. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.