ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

17/Mai/2023

BRF divulga os resultados do 1º trimestre de 2023

A BRF fechou o primeiro trimestre de 2023 com prejuízo líquido de R$ 1,024 bilhão no primeiro trimestre de 2023, menor do que o prejuízo líquido de R$ 1,546 bilhão contabilizado em igual período do ano passado. A receita líquida consolidada somou R$ 13,178 bilhões nos três primeiros meses de 2023, 9,4% superior à receita de R$ 12,041 bilhões contabilizada no intervalo correspondente de 2022. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado no período atingiu R$ 607 milhões com margem de 4,6%, acima do Ebitda ajustado de R$ 152 milhões e margem de 1,3% de um ano atrás. A principal razão do prejuízo apurado primeiro trimestre do ano foi o desempenho operacional no segmento internacional, de onde vem aproximadamente 45% da receita da companhia.

A BRF registrou no período, para o segmento, Ebitda ajustado negativo de R$ 106 milhões e margem Ebitda negativa de 1,7%. No primeiro trimestre de 2022, a BRF havia registrado Ebitda ajustado de R$ 426 milhões no segmento, com margem Ebitda ajustado de 7,7%. Historicamente, o segmento internacional traz uma margem de duplo dígito para a empresa. Então, ele tem influência direta no prejuízo líquido. A receita operacional líquida com o mercado internacional chegou a R$ 6,143 bilhões, incremento de 11,8% ante os R$ 5,497 bilhões apurados no primeiro trimestre de 2022, refletindo o recorde de exportações registrado em março e o crescimento da receita em produtos de valor agregado no mercado Halal. A margem do segmento internacional foi bastante impactada pela persistente sobre oferta de frango que hoje ocorre no mundo inteiro, nos principais destinos de exportação.

Mas, os preços de exportação já mostram reação expressiva no início do segundo trimestre, o que deve ajudar a elevar as margens do segmento, principalmente quando combinado o cenário bem positivo de grãos, a materialização da retração dos custos, principalmente do milho e farelo de soja. Ainda sobre o segmento internacional, a empresa informou que manteve liderança nos países do Golfo, com mais de 50% de participação nas exportações à região, e que avançou em diversificação de mercados no primeiro trimestre, com novas habilitações para exportações a países como China, Malásia, Chile, México, Peru e outros. A empresa também reportou que atingiu 25,9% de participação em vendas de produtos de valor agregado na região do Golfo e na Turquia, onde aumentou a oferta com a inauguração da nova linha de processados em Bandirma.

No mercado brasileiro, a BRF contabilizou Ebitda ajustado de R$ 513 milhões no primeiro trimestre de 2023 e margem Ebitda de ajustado de 8%, ante Ebitda ajustado negativo de R$ 377 milhões em igual intervalo do ano passado e margem Ebitda ajustado negativa de 6,4%. A receita líquida operacional totalizou R$ 6,418 milhões, avanço de 9,1% ante igual intervalo de 2022. A estratégia de preços, em conjunto com uma gestão disciplinada dos nossos estoques, vem possibilitando a recuperação da rentabilidade mesmo frente a um cenário desafiador. Foram adicionados 10 mil clientes movimentados à base e elevada a quantidade de itens vendidos por cliente. A BRF manteve a liderança do mercado com 40% de participação, considerando produtos processados e margarinas.

A companhia destaca no release de resultados captura de R$ 418 milhões em ganhos de eficiência, que devem se refletir nos balanços dos próximos trimestres, tendo em vista que R$ 210 milhões dizem respeito a ganhos de eficiência ao longo do processo produtivo no campo, com redução de taxas de mortalidade e ganhos de conversão alimentar. Em produtividade na indústria, a captura de eficiência foi de R$ 86 milhões; com logística (redução de gastos com armazenagem e diárias), outros R$ 34 milhões; redução de ociosidade e perdas, R$ 88 milhões. A BRF melhorou na conversão alimentar de frango em 4,3%, reduziu os índices de mortalidade de animais em 1,4%, aumentou os rendimentos da indústria em 1,6% e reduziu as perdas na cadeia produtiva em 49,9%.

Na ponta da logística, a companhia diminuiu em 35,4% os gastos com diárias. A BRF também reporta geração de caixa operacional de R$ 872 milhões, redução do ciclo financeiro para 7,6 dias e dos estoques para 88 dias. A alavancagem líquida (relação entre a dívida líquida e o Ebitda ajustado nos últimos 12 meses encerrados no primeiro trimestre) passou de 2,76 vezes no primeiro trimestre de 2022 para 3,35 vezes nos três primeiros meses de 2023. A dívida líquida aumentou 21,5% na comparação entre os trimestres, chegando a R$ 15,295 bilhões no primeiro trimestre de 2023. A companhia se preparou para capturar ganhos decorrentes da queda acentuada dos preços dos grãos no Brasil. Essa queda deve se refletir no CPV (custo dos produtos vendidos) da BRF nos próximos trimestres.

No primeiro trimestre de 2023, o CPV da companhia foi de R$ 11,505 milhões, 5,3% maior do que em igual período de 2022. O milho está sendo comercializado em alguns Estados brasileiros por valor perto de R$ 30,00 por saca de 60 Kg, um preço que há muitos anos não via no setor. Isso tem um impacto muito grande na cadeia, na situação das nossas margens de lucro e custos dos produtos. Sobre os preços dos produtos vendidos no exterior, tem sido observada reação do volume de pedidos em abril e primeiros dias de maio, o que deve levar a uma recuperação contundente dos preços dos principais cortes de frango. Até então, a sobre oferta global de frango vinha pressionando os preços do produto. Há uma visível recuperação de preços, e o mercado deve ir e direção a preços mais normalizados. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.