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08/Mai/2023

Leite em pó: Brasil é principal comprador do Uruguai

A situação desigual dos mercados internacional e regional está redirecionando as exportações uruguaias de leite em pó integral, principal produto lácteo que o país coloca no mercado internacional. O Uruguai está deixando em segundo plano as colocações em outros destinos (principalmente Argélia e China) e focando no abastecimento do mercado brasileiro. Enquanto os preços tenderam a cair no mercado internacional, o mercado regional manteve-se majoritariamente firme, sustentado pela escassez do produto no mercado brasileiro. O Brasil não só é quem paga o preço mais alto, como também responde por quase a metade das exportações uruguaias. De acordo com dados da Alfândega baseados em pedidos de exportação, em 2023 até a segunda semana de abril, o Uruguai exportou 45.349 toneladas de leite em pó integral. Desse total, o Brasil foi o destino de 48%, 21.573 toneladas. A proporção ficou em torno de 44% no primeiro trimestre e disparou para 72% na primeira quinzena de abril.

Os outros dois principais destinos, Argélia e China, reduziram significativamente sua participação ao se tornarem menos atrativos para a indústria láctea uruguaia. Nos dois primeiros trimestres de 2022, Argélia e China ultrapassaram facilmente o Brasil, mas a situação mudou a partir do segundo semestre e manteve-se inalterada no primeiro trimestre de 2023. No acumulado do ano, o valor médio de exportação de leite em pó integral para o Brasil foi de US$ 3.780,00 por tonelada, superando a média da Argélia e da China. No momento, a expectativa é de que as condições de mercado não sofram variações consideráveis, embora possa haver certa diminuição na proporção colocada no Brasil. No Brasil, a expectativa é que os preços do leite cru se mantiveram firmes em abril devido à proximidade da entressafra e a consequente queda na produção. No entanto, o enfraquecimento da demanda interna e o aumento das importações podem conter a intensidade desse movimento.

Na percepção dos agentes do setor, esses dois fatores têm o potencial de suavizar as variações para a partir de maio, o que implica a expectativa de um segundo trimestre menos volátil que o do ano anterior, quando os preços dispararam para valores históricos. Já as condições do mercado internacional podem tender a melhorar caso se consolide a recuperação da economia chinesa após ter deixado para trás a política de zero Covid-19. Os dados sobre a evolução da economia chinesa no primeiro trimestre do ano foram moderadamente auspiciosos, com crescimento do PIB de 4,5% ao ano, superando as expectativas dos analistas, enquanto as vendas no varejo cresceram robustos 10,6% ao ano, o que indica que o a demanda está evoluindo favoravelmente, o que tende a aumentar a demanda por alimentos no mercado internacional. A Argélia, como país exportador de petróleo, pode melhorar sua economia se a recuperação do petróleo bruto se confirmar no médio prazo. Fonte: Tardáguila Agromercados. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.