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27/Abr/2023

Boi: perspectivas são positivas para confinamento

As quedas nos preços do milho e do boi magro nos primeiros meses de 2023 vêm gerando certa perspectiva positiva para pecuaristas que realizam a terminação do animal para abate em confinamento. Por outro lado, os valores do boi gordo estão enfraquecidos, o que acaba gerando certa apreensão entre pecuaristas terminadores. Os principais fundamentos para as quedas nos preços do milho são a elevada produção da safra de verão (1ª safra 2022/2023), o clima favorável ao desenvolvimento da 2ª safra de 2023 e, principalmente, a redução da demanda interna. Compradores e exportadores estão limitando as aquisições de novos lotes. A alimentação (grãos, sobretudo) pode corresponder de 25% a 35% do custo operacional efetivo da atividade pecuária, dependendo da região.

De abril/2022 para abril/2023 (média parcial), o Indicador do milho ESALQ/BM&F (Campinas - SP) registra recuo de 12%, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI), com a média mensal atual a R$ 76,36 por saca de 60 Kg. Ressalta-se que, na terça-feira (26/04), o Indicador voltou a operar abaixo dos R$ 70,00 por saca de 60 Kg, o que não era verificado desde meados de outubro de 2020. Além disso, os valores do milho estão em queda diária consecutiva desde 27 de março deste ano. Para os próximos meses, os contratos negociados no mercado futuro da B3 operam entre R$ 65,00 e R$ 69,00 por saca de 60 Kg, ou seja, ainda abaixo do patamar de R$ 70,00 por saca de 60 Kg, o que se deve à expectativa de colheita de 2ª safra de 2023 recorde.

Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgados neste mês indicam que a temporada 2022/2023 de milho é estimada em 124,87 milhões de toneladas, aumento de 10,4% em relação à de 2021/2022. O movimento de baixa nos preços do boi magro vem sendo influenciado pela maior disponibilidade de bovinos e por incertezas relacionadas ao mercado de boi gordo, o que faz com que muitos pecuaristas limitem a demanda por novos lotes de reposição. Considerando-se as médias de abril/2022 e a da parcial de abril deste ano, o boi magro negociado no estado de São Paulo apresenta desvalorização real de 12%, a R$ 3.524,78 por cabeça neste mês. O item de maior custo do confinamento é o bovino de reposição. A reposição pode representar entre 63% e 73% do custo operacional efetivo da atividade, dependendo da região.

Um fator que deve ser levado com bastante atenção pelos pecuaristas confinadores é a sazonalidade dos preços do boi magro. Tradicionalmente, os preços do boi magro operam em menores patamares de setembro a fevereiro de cada ano, período em que os bovinos já foram confinados ou, como no caso de início de ano, ainda não foi tomada a decisão de se confinar. Por sua vez, os valores geralmente começam a subir já em março, ganhando força em abril e maio. Simulações realizadas levando-se em conta os preços do boi magro deste mês de abril na região de Presidente Prudente (SP), uma diária alimentar de R$ 15,75 por bovino, o milho no patamar de R$ 76,00 por saca de 60 Kg em Campinas (SP) e o boi gordo futuro em julho/2023 a R$ 268,20 por arroba, sinalizam possível rentabilidade de 10,73% para o período de 95 dias. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.