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27/Abr/2023

Gripe Aviária: Brasil continuará seguindo o PNSA

Com o avanço de focos de Influenza Aviária, o governo do Uruguai determinou a obrigatoriedade da vacinação em matrizes leves e pesadas, bem como das poedeiras pertencentes a estabelecimentos comerciais. As aves devem ser vacinadas a partir do dia 2 de maio. O Ministério da Pecuária, Agricultura e Pescas do Uruguai esclareceu que os 10 focos ativos não correspondem a atividade produtiva ou comercial. Com a proximidade entre o Brasil e Uruguai, cresce a apreensão na avicultura brasileira e medidas de biosseguridade se tornam cada vez mais necessárias. Para especialistas, a vacinação não se justifica devido ao fato de o Uruguai não ter registrado nenhum caso de Influenza Aviária na avicultura industrial, o que deve afetar, em um curto espaço de tempo, as exportações do país. A Organização Avícola do Rio Grande do Sul, que engloba as entidades membros Asgav e Sipargs explica que a decisão por parte do governo uruguaio em vacinar suas aves é soberana. É para a segurança do país.

O Rio Grande do Sul está em estado de atenção permanecente. Até pelas rotas de aves migratórias, é preciso manter o nível de alerta. Como não há focos de Influenza Aviária no País, o nível de biosseguraridade será elevado, contando com a conscientização de produtores, técnicos, indústrias, empresários, serviços oficiais e de todos a estão fazendo um trabalho rigoroso pelo monitoramento e prevenção. O Uruguai, vacinando suas aves, definiu suas diretrizes de segurança e cabe ao Brasil manter o seu estado de alerta e intensificar o nível de seguridade do plantel avícola. Para isso, ressalta-se a necessidade de interação de serviços oficiais, agentes do setor que comercializam aves, genética e produtos. Todos devem estar atentos para manter o grau de segurança. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) afirma que respeita a independência e a soberania do Uruguai em vacinar o plantel comercial de aves do País, medida que é repetida por outros países da América do Sul.

No Brasil, as diretrizes são estabelecidas por meio do Plano Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) do Ministério da Agricultura e Pecuária, que estabelece a prevenção à enfermidade por meio da biosseguridade e erradicação de eventuais focos que possam vir a ocorrer. Ao mesmo tempo, a ABPA, em linha com o Conselho Mundial de Avicultura (IPC), defende que os países tomem decisões soberanas acerca da saúde dos seus planteis avícolas, ao mesmo tempo que entende que a adoção da vacina e eventuais ocorrências de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade nãos sejam fatores de bloqueio ao comércio ente os países. A ABPA ressalta que o Brasil segue livre da enfermidade, ao mesmo tempo em que as medidas de biosseguridade e o monitoramento seguem intensificados. De toda forma, há dúvidas se a vacinação é melhor opção para a avicultura do Uruguai. Para muitos técnicos do setor no Brasil, trata de medida precipitada. Em essência porque, a despeito da presença do vírus em aves selvagens e em pequenas criações de subsistência, a avicultura comercial uruguaia não foi afetada.

Ao decidir vacinar, o Uruguai vai perder a condição de país livre da Influenza Aviária, perdendo também o direito de exportar. Há décadas, a avicultura discute a possibilidade de introduzir no setor, de forma rotineira, a vacinação contra a Influenza Aviária. O grande empecilho sempre esteve, não na eficiência da vacina, mas na impossibilidade de distinguir-se aves vacinadas daquelas diretamente infectadas pelo vírus. Mas, já há indicações de que esse problema está em vias de ser equacionado. Enquanto isso não ocorre, qualquer país que opte pela vacinação perde, de imediato, a condição de livre da doença. Por isso, a decisão uruguaia poderia ser postergada e talvez dispensada, pois inexiste a urgência advinda de casos concretos na avicultura comercial. A solução para a Influenza Aviária não está na vacina. Como ressaltou o Ministério da Agricultura do Uruguai, não se deve pensar que a vacina resolve o problema. Por ora, a biossegurança continua sendo a ferramenta-chave. Fonte: AviSite. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.