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27/Abr/2023

Leite: tendência é de concentração da produção

Nos últimos anos, observa-se algumas mudanças na cadeia láctea, que podem ter grandes impactos na geografia do leite brasileiro num futuro próximo. Uma delas é a concentração da produção de leite em regiões específicas que, em função de diferentes características do ambiente de produção, de negócios e de mercado, crescem num ritmo mais acelerado do que outras regiões. Alguns chamam este fenômeno de clusterização da produção de leite no Brasil, ou seja, há formação de clusters (regiões de concentração) de produção de leite. Apesar de 99% dos municípios brasileiros produzirem leite, a produção tende a se concentrar em alguns clusters de produção. Alguns já são bem definidos e conhecidos, como o Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba (MG) e Zona da Mata Mineira (MG).

Outras três regiões têm chamado bastante atenção nos últimos anos pelo forte crescimento e tecnificação, como o caso do Centro Oriental do Paraná e da união entre as mesorregiões Noroeste do Rio Grande do Sul, Oeste de Santa Catarina, Sudoeste e Oeste do Paraná, com crescimento de cerca de 5% ao ano. Há também outras regiões que tendem a concentrar a produção de leite, como a Região Oeste e Central de Minas Gerais e o Centro de Goiás. Importante também destacar o crescimento na Região Nordeste, tomando como exemplo o Agreste de Pernambuco, que cresce num ritmo interessante em uma região com alta demanda. Este movimento de clusterização tem alguns impactos para a cadeia, dentre eles:

- Há a vantagem logística, que se dá tanto pela maior facilidade de captação de leite pelos laticínios, quanto pela melhor distribuição/disponibilidade de insumos e diminuição dos custos de frete destes;

- Há um benefício dos serviços, já que as empresas conseguem direcionar os serviços/assistência ao produtor em áreas mais específicas (ao invés de 99% dos municípios brasileiros) e o produtor consegue estes de forma mais acessível, além da maior gama destas comodidades;

- A mão de obra tende a ser mais qualificada nestas regiões;

- Tem-se um peso político maior, já que, pela concentração da atividade econômica na região, há a tendência da criação de mais políticas públicas para tal;

- Por fim, do lado da captação de leite (que também se enquadra na logística), o produtor tem uma grande vantagem de competitividade na venda de sua matéria-prima, já que mais empresas estarão em busca do leite naquela região.

Além destes, há o fator de competitividade entre as empresas: seja do lado da indústria, que terá de competir com mais empresas na aquisição de matéria-prima, contratação de mão de obra e desempenho em logística na venda de produtos lácteos, quanto do lado das empresas de insumos, que terão uma competitividade maior no fornecimento de serviços e produtos para os produtores. Portanto, o movimento de clusterização e seus impactos têm de ser analisados pelos envolvidos, sejam os produtores, as empresas de insumos, a indústria, as entidades governamentais, entre outros. E para isto, ter informações estratégicas sobre clientes, fornecedores, concorrentes e região de atuação é de extrema importância para manter a competitividade neste mercado. Fonte: MilkPoint. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.