26/Abr/2023

O mercado físico do boi gordo mantém a tendência baixista observada na semana anterior. A pressão vem da melhora na oferta de gado terminado em regiões onde o clima seco já se instalou, o que força os pecuaristas a ofertarem bois engordados a pasto. Além disso, a redução na capacidade produtiva de várias plantas permitiu que as escalas de abate da indústria avançassem e as empresas tentassem adquirir os bois a preços mais baixos. A fraqueza do consumo doméstico também corrobora para o cenário. Até havia uma expectativa de que o mês de abril traria uma reação nas vendas internas, mas esse movimento ainda não ganhou força.

Neste mês de abril, as exportações estão com volumes abaixo das expectativas e há preocupações com as receitas das vendas externas em razão do comportamento do dólar em relação ao Real e outras divisas. A paridade cambial com cotação em torno de R$ 5,05 renova a pressão de baixa sobre o boi gordo, com indústrias cautelosas. Até então, o mercado externo tem sido o principal suporte para expansão da produção brasileira. Em São Paulo, as indústrias frigoríficas se encontram abastecidas para atenderem, em média, seis a sete dias úteis de abates e, por isso, o boi gordo se mantém estável. A cotação é de R$ 266,00 por arroba à vista e R$ 273,00 por arroba a prazo.

O "boi China" permanece cotado a R$ 275,00 por arroba, com algumas ofertas de compra abaixo da referência. O ágio em relação à arroba do boi gordo para o mercado interno está menor. Em São Paulo, no atacado, a última semana foi marcada por dificuldades no escoamento da produção, resultando em quedas nos preços. Para a cotação da vaca casada, há queda de 1,6% nos últimos sete dias. A carcaça casada de bovinos castrados tem recuo de 0,6% no mesmo comparativo, a R$ 18,09 por Kg. A carcaça de bovinos inteiros registra queda de 2,9% nos últimos sete dias, precificada a R$ 16,52 por Kg.