25/Abr/2023

Em nosso último texto, abordamos o mercado do boi gordo no primeiro trimestre. Mas, e o bovino para a reposição do rebanho? Como está? Que estamos na fase de baixa do ciclo pecuário de preços, todos sabem. A fase de alta do ciclo aconteceu entre 2019 e 2021, sendo que em 2021, assistimos ao maior nível de retenção de fêmeas desde 2003. É de se esperar que os bezerros, gerados de todas essas fêmeas retidas, chegassem em algum momento no mercado e, em 2022 isso aconteceu. A oferta de bezerros aumentou e os preços caíram. E o mercado está bom para quem?

A cotação dos bovinos para reposição caiu, mas caiu também a cotação do boi gordo. Entretanto, a intensidade da queda da cotação do boi gordo foi menor que da cotação do bezerro. A cotação média da arroba do boi gordo em 2022, frente à de 2021, caiu 9% e a cotação média do bezerro de desmamado caiu 17%. Isso quer dizer que a quantidade de arrobas necessárias para a compra de um bezerro diminuiu, melhorou a relação de troca para o recriador e para o invernista.

Agora, considerando esses parâmetros é um bom momento para se livrar do estoque "caro", obtido em anos de alta (ou seja, vender o boi gordo), e adquirir um estoque "barato", recriando e engordando o bezerro, para levá-lo ao abate na próxima virada do ciclo. Estamos na temporada do desmame de bezerros e entrando na entressafra do capim. Fazendas que realizam apenas a cria estão ofertando bezerros no mercado. Esse momento sugere que é oportuno para as compras. De qualquer modo a oferta deverá ser crescente este ano, uma vez que a retenção foi intensa de 2019 a 2021. Mudança do ciclo somente em 2024 ou 2025. Aí tudo muda. Fonte: Alcides Torres. Broadcast Agro.