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20/Abr/2023

Boi: preços recuando com a demanda enfraquecida

O mercado físico de boi gordo registra maior volatilidade de preços. As indústrias aproveitam que as escalas de abate estão mais longas e testam valores mais baixos. Esse movimento ocorre após leve melhora na oferta de bovinos oriundos das pastagens desde a semana passada. Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 266,00 por arroba à vista e a R$ 278,00 por arroba a prazo. A cotação do "boi-China" recuou para R$ 275,00 por arroba. Grande parte das plantas já programou abates para o restante de abril e até a primeira semana de maio. Com isso, os negócios pouco evoluem e as cotações estão pressionadas.

Em Minas Gerais, com a maior oferta de bovinos, a cotação atual é de R$ 242,00 por arroba a prazo. As programações das indústrias em São Paulo atendem, em média, 11,5 dias úteis. Tocantins apresenta programação média de 10,5 dias úteis e, em Rondônia, indústrias têm escalas preenchidas até 10 dias úteis. Na contramão, plantas de Mato Grosso do Sul têm escalas para 6,7 dias úteis. Por outro lado, cresce a preocupação no mercado com o volume de bovinos confinados, necessário para abastecer as empresas no segundo semestre do ano. É que os custos de produção, como os grãos utilizados para ração animal elevados, limitam a capacidade produtiva de pequenos e médios pecuaristas e tem elevado a procura por confinamentos terceirizados, conhecidos como boiteis.

A lentidão dos embarques de carne bovina, somado ao enfraquecimento do dólar ante o Real e a queda acentuada do consumo doméstico, "acendem o sinal de alerta" no setor. Embora se tenha boas expectativas com o mercado externo, o escoamento lento da produção dificulta os processos da cadeia. Sinal disso é o descarte de fêmeas que segue crescendo e refletindo o desânimo geral. Em São Paulo, no atacado, os preços dos principais cortes bovinos continuam estáveis, apesar de a lentidão nas vendas abrir espaço para concessões de preço entre algumas unidades frigoríficas. Os preços baixos da carne de frango e suína, proteínas concorrentes, e a segunda quinzena do mês devem contribuir para ajustes de preços no curtíssimo prazo. O traseiro do boi segue cotado a R$ 21,10 por Kg.