ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

12/Abr/2023

Lácteos: importações cresceram no mês de março

Segundo dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o mês de março encerrou com um novo recuo no saldo da balança comercial de lácteos. Com uma queda de cerca de 53,1 milhões de litros, o último mês obteve um saldo de -198,1 milhões de litros em equivalente-leite. Quando comparado com o resultado obtido em março de 2022, o recuo observado é ainda mais acentuado, visto que no mesmo período no ano passado o saldo obtido ficou em -51,5 milhões de litros. As exportações inverteram o movimento do mês anterior e encerraram março com uma queda de aproximadamente 22%, obtendo um total de 5,1 milhões de litros exportados em equivalente-leite.

Na variação anual a queda observada foi um pouco superior, ficando em -32,8% em relação aos 7,6 milhões de litros em equivalente-leite que foram exportados em março 2022. Com isso, o resultado de março/2023 foi o menor para as exportações de 2023, até o momento. Para as importações, o volume total passou por um avanço de 34,1%, encerrando o mês com 203,2 milhões de litros em equivalente-leite sendo importados para o Brasil. Quando comparado com o resultado obtido em março de 2022 houve um avanço de 243% no volume importado no mês.

Assim como em fevereiro, os preços internacionais se mantendo em patamares baixos, o aumento dos preços dos derivados no mercado interno (no final de 2022 e início de 2023) e a elevação do preço do leite matéria-prima nos últimos meses contribuíram para formar esse cenário de elevação das importações. Dentre os produtos importados, o destaque foi para o leite em pó integral, leite em pó desnatado, queijos e soro de leite, que somaram cerca de 93% de todo o volume importado no mês. Referente a essas categorias, todas obtiveram uma variação mensal positiva, com os queijos obtendo o maior avanço percentual observado, em 44%, seguido do leite em pó integral (+35%), leite em pó desnatado (+20%) e soro de leite (+5,4%).

Em relação às exportações, a maior participação, de 86%, seguiu sendo composta pelo leite condensado, leite UHT, creme de leite e queijos. De um lado, o leite condensado e os queijos passaram por um recuo em seu volume total exportado, de 25% e 50%, respectivamente, ao passo que o leite UHT obteve uma variação mensal positiva de 67% e o creme de leite de 25%. Apesar do período da entressafra do leite no Brasil estar se acentuando, a expectativa é de que as importações passem por recuo em abril relação ao resultado obtido em março. Outro ponto de atenção em relação às importações e sua expectativa de queda é referente a diminuição na produção de leite na Argentina e no Uruguai, os principais fornecedores brasileiros, que enfrentam dificuldades para produção de leite diante das secas causadas pelo La Niña.

Entretanto, levando em consideração o câmbio e os preços internacionais, os preços do produto importado ainda segues competitivos frente aos nacionais, o que tende a manter as importações em patamares elevados. Para exportações, com preços internacionais ainda em baixos patamares e a entressafra do leite no Brasil se iniciando, não se projeta uma janela exportadora para os lácteos brasileiros no curto prazo. Assim sendo, nos próximos meses deve-se observar menor volatilidade nos resultados de importações, exportações e saldo final da balança comercial. Fonte: MilkPoint. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.