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11/Abr/2023

‘Carne’ cultivada: Magic Valley espera por aprovação

A ‘carne’ cultivada em laboratório, ou ‘carne’ cultivada, como é conhecida na indústria, é considerada pelos seus criadores a melhor opção para o bem-estar animal e o ambiente. O projeto saiu do reino da ficção científica em 2013, quando uma equipe de investigação da Universidade de Maastricht apresentou o primeiro protótipo, um hambúrguer de ‘carne’ de vaca cultivada em laboratório. Desde então, a indústria da agricultura celular produziu apenas um único produto comercialmente disponível: o ‘frango’ baseado em células lançado em Singapura em 2020 pela empresa norte-americana Eat Just. Até o momento, somente o ‘frango’ cultivado pela subsidiária Eat Just Good Meat está passando pela aprovação regulamentar dos Estados Unidos. A Magic Valley espera solicitar a aprovação regulamentar na Austrália até ao final do ano, e vender os seus produtos de ‘carne’ cultivada: ‘ovelha’ e ‘carne suína’, até ao final de 2024.

A Magic Valley ainda não está funcionando em escala industrial, pois a sua ‘carne’ ainda é cultivada num laboratório. O processo de fabricação da ‘carne suína’ de laboratório começa com a reprogramação de células retiradas da orelha de um suíno para criar células induzidas. Estas células estaminais, que ainda não são especializadas, têm uma capacidade essencialmente ilimitada de gerar outros tipos de células. As células são fabricadas em meios nutritivos (um líquido de glucose e aminoácidos) que permite o crescimento delas. Atualmente, o músculo e a gordura são cultivados separadamente e combinados no final para formar o produto final. O processo leva cerca de três semanas. A Magic Valley descreve a sua ‘carne’ como livre de abate, mas outras empresas de agricultura celular utilizam soro fetal bovino, um subproduto da indústria de acondicionamento de carne que é colhido do sangue de fetos de vaca, como meio de crescimento.

Em termos de custos de entrada neste momento, custa cerca de US$ 50,00 por Kg para produzir. A esperança é que, uma vez aumentada a produção, os custos possam descer para US$ 5,00 por Kg. Embora a etiqueta de preço atual seja alta, é muito mais barata do que era em tempos. A criação da primeira ‘carne’ cultivada em laboratório custou US$ 330 mil. Mas, alguns críticos estão céticos de que a ‘carne’ cultivada pode atingir a paridade de custos com a agricultura tradicional. Embora a ‘carne’ cultivada em laboratório tenha elevadas necessidades energéticas, as análises sugerem que o processo de produção envolva menos emissões de carbono e uma menor pegada de utilização do solo por Kg de carne do que a produção tradicional. Fonte: The Guardian. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.