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03/Abr/2023

Gripe Aviária e relevância da Defesa Agropecuária

De acordo com estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Brasil está conseguindo preservar 46.402 empregos diretos e indiretos e manter uma movimentação econômica de R$ 13,5 bilhões ao mobilizar o setor produtivo para prevenir a ocorrência no País de casos de Influenza Aviária, também conhecida como gripe aviária. Se a doença chegasse ao País, haveria perda direta de R$ 7,3 bilhões em exportações do agronegócio, o que ocasionaria prejuízos indiretos de R$ 6,1 bilhões em outros setores da economia. A abordagem metodológica do estudo considerou o uso de um modelo que define a probabilidade da entrada e ocorrência da doença no País, considerando a série histórica de doenças já ocorridas no Brasil ou em países vizinhos. A gripe aviária pode entrar no País pela circulação de aves migratórias. Até o momento, nenhum caso de Influenza Aviária de alta patogenicidade foi registrado no Brasil.

Se por um lado os riscos preocupam, por outro o País vem registrando aumento significativo da produção e exportação de aves. De acordo com informações apresentadas pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), mais de 50 países registram focos ativos da doença. De 1º a 28 de março, 197 eventos foram reportados, sendo 153 na Europa, 2 na África, 9 na Ásia e 33 nas Américas. Os desafios geram oportunidades e o Ministério da Agricultura e Pecuária vem desenvolvendo um trabalho primoroso. Como o Brasil vem conseguindo conter a Influenza Aviária, o mercado permanece aquecido. Há 21 mercados que apresentam requisito inicial de país livre da doença, ou seja, exigem a não ocorrência de casos. Mas, há atualmente 23 mercados que admitem que os produtos sejam oriundos de zona ou compartimento livre.

Para esses países, a exportação de zonas não atingidas poderia ser mantida, caso houvesse algum foco pontual. O Conselho de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) afirmou que o Brasil pode ser considerado privilegiado porque as aves migratórias ainda não trouxeram a doença, dando a possibilidade de aprender com os países vizinhos. Segundo a ABPA, até dia 28 de março, o registro de casos na América do Sul contabilizava: Equador (15), Peru (16), Chile (54), Bolívia (16), Venezuela (1), Colômbia (9), Uruguai (3) e Argentina (60). O Ministério da Agricultura tem um plano de contingência desenvolvido em todo o País. Os casos podem ocorrer em aves silvestres migratórias, aves de subsistência e granjas comerciais. Se ocorrer em granjas, a situação sanitária do País muda totalmente. A vigilância ocorre de forma passiva, quando casos são notificados, ou ativa, quando agentes da defesa conseguem ir a campo para coletar material.

A Defesa Agropecuária brasileira é considerada de excelência e referência mundial. Exames que comprovam a doença na América do Sul têm sido feitos nos laboratórios do Ministério da Agricultura de São Paulo e do Rio Grande do Sul. Já foram testadas mais de 45 mil amostras coletadas no Brasil e todas deram resultado negativo para a alta patogenicidade. O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) defendeu a ampliação do orçamento da Secretaria de Defesa Agropecuária e a realização de concurso público para recompor o quadro de auditores fiscais. É preciso sensibilizar o Ministério da Gestão e Inovação porque o concurso é urgente. Há ao menos 1.200 vagas de auditores em aberto. Hoje, o Ministério da Agricultura tem 2.380 auditores fiscais, sendo 900 atuando no Serviço de Inspeção Federal (SIF), também considerado referência mundial. Fonte: Ministério da Agricultura. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.