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03/Abr/2023

Leite: Brasil eleva escala e concentra a produção

Apesar de ter uma das maiores margens no preço pago pelo leite na América Latina, o Brasil segue com o volume de captação estagnado assim como seus vizinhos do Mercosul. Levantamento da Embrapa Gado de Leite apresentado em reunião da Aliança Láctea e debatido pelas indústrias do Rio Grande do Sul no dia 28 de março indica que o preço no Brasil em 2022 é de US$ 0,56 por litro, bem acima do valor praticado no Uruguai (US$ 0,42 por litro), Argentina (US$ 0,37 por litro) e Chile (US$ 0,44 por litro). Apesar dos altos custos de insumos no País, a Embrapa Gado de Leite indica que os dados confirmam que o leite é uma atividade rentável quando praticado em escala. Pode estar ruim para alguns, mas não para todos.

O que se observa é uma tendência de concentração mundial da produção e isso acontece no Brasil também. Verifica-se um aumento de escala nas grandes propriedades, uma maior produção por animal, o que compensa o abandono de produtores da atividade. Por outro lado, a produção não reage. Ressalta-se que a situação na Região Sul é um pouco mais favorável do que nas demais regiões do Brasil. Dados da Embrapa sinalizam para concentração da atividade em propriedade com maior escala e redução de rebanho. Atualmente, 2% dos estabelecimentos em operação no Brasil produzem 30% de todo leite captado. Essa transformação avança com aumento médio de 1% da produção das fazendas em operação, que, em 2021, atingiu 31 litros/fazenda/dia.

A produção por vaca vem aumentando ao longo do tempo. Em 2015, a produtividade média era de 1.615 litros por vaca ano, valor que atingiu 2.181 litros em 2021. As transformações do setor lácteo são reflexo de um envelhecimento na gestão e da falta de sucessão. Quando os filhos resolvem ficar na atividade, geralmente o fazem com incremento de tecnologia e nos processos produtivos que ajudam no ganho de escala e tecnificação. Um relato que corrobora essa informação é o investimento no campo. Dados da Emater-RS indicam avanço do uso de robotização na ordenha nos municípios do Rio Grande do Sul. Em 2019, havia registro de apenas 4 unidades em operação no Estado, número que saltou para 110 em 2021.

Atualmente, estima-se 300 unidades em operação nos tambos do Estado, o que deve se apresentar no próximo Relatório Socioeconômico da Cadeia do Leite da Emater-RS, que deve ser lançado ainda este ano. Durante a reunião de associados, que foi conduzida pelo Sindilat, ainda se tratou de encaminhamentos referentes aprovação do treinamento continuado que será realizado com a Universidade de Passo Fundo (UPF). A formação em qualidade do leite, em seu primeiro módulo, será voltada para a etapa de laboratoristas, o que foi muito bem recebido pelos associados. Fonte: Sindilat. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.