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30/Mar/2023

Boi: preços se recuperam com retomada da China

Os preços do boi gordo estão em movimento de recuperação nesta segunda quinzena de março. O suporte vem sobretudo da retomada dos envios de carne à China desde o dia 23 de março, que gerou expectativas positivas dentre agentes do setor nacional, e da restrição vendedora. Muitos pecuaristas aproveitam as boas condições das pastagens para segurar os bois no campo. A retomada dos embarques à China já era esperada para o curto prazo por agentes do setor nacional, que se fundamentavam na necessidade de compra por parte do país asiático, diante da oferta mundial da proteína mais restrita. Com as recentes valorizações, o boi gordo já é negociado praticamente nos mesmos patamares registrados em meados de fevereiro, antes de a suspensão dos envios ser anunciada.

Vale lembrar que o preço médio do boi gordo em São Paulo encerrou fevereiro a R$ 267,95 por arroba, com expressiva queda de 7,2% no acumulado daquele mês, sendo que, até o dia 22 de fevereiro, antes da suspensão dos envios, o preço médio acumulava alta de 3,74% e operava em torno dos R$ 300,00 por arroba. Na parcial de março, o preço médio do boi gordo em São Paulo acumula expressivo avanço de 10,2%, cotado a R$ 295,20 por arroba. Trata-se, inclusive, da maior elevação no acumulado de um mês desde novembro de 2021, quando o preço médio avançou significativos 25,26% e o setor nacional atravessava justamente uma suspensão dos envios de carne à China, por conta de um caso atípico de “vaca louca” no início de setembro de 2021. Naquele período, o preço médio vinha de fortes quedas em meses anteriores (as retrações foram de 8% em setembro/2021 e de 11,83% em outubro/2021), e a situação de pecuaristas era outra.

Assim, mesmo com os envios de carne à China ainda suspensos em novembro/2021 (a retomada aconteceu apenas em meados de dezembro/2021), os valores do boi gordo foram impulsionados pela retração na oferta de gado para abate, pois os pecuaristas detinham mais capacidade de fluxo de caixa. Além da disponibilidade enxuta, evidenciada por dados oficiais que indicam redução no volume de bovinos abatidos no Brasil em 2021, muitos pecuaristas que ainda detinham lotes de boi prontos para abate em novembro seguraram os bovinos nos pastos. Do lado da demanda, parte dos frigoríficos elevou, ainda que pontualmente, as compras de novos lotes, no intuito de formar estoques para as vendas de final de ano, quando a procura por carne bovina no atacado geralmente se aquece.

Ressalta-se, ainda, que os embarques aos Estados Unidos estavam intensos nos últimos meses de 2021. Agora em 2023, a expectativa do setor pecuário é de que a liquidez no mercado spot nacional se aqueça nas próximas semanas, visto que há uma necessidade de compra pela China. Ainda assim, alguns frigoríficos indicam estar com as escalas de abate mais alongadas, devido à realocação de bovinos que iriam ser abatidos antes da suspensão. No campo, parte dos pecuaristas que se afastou das vendas no final de fevereiro e ao longo do mês de março devem voltar a buscar a indústria por preços mais altos. Na B3, os contratos de curto prazo (Março/2023, Abril/2023 e Maio/2023) operam próximos de R$ 295,00 por arroba, abaixo do patamar de R$ 300,00 por arroba que era a expectativa de produtores. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.