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30/Mar/2023

Leite: Top 100 2023 indica os maiores produtores

A nova edição do levantamento anual do Top 100, realizado pelo MilkPoint, da MilkPoint Ventures, foi divulgada nesta quarta-feira (29/03). Os 100 maiores produtores do País somaram, aproximadamente, 975 milhões de litros no ano de 2022, número significativamente superior ao último levantamento realizado. Na vanguarda do leite brasileiro, a evolução dos maiores produtores do Brasil, se confirma ano após ano. Mesmo em um cenário de mudanças estruturais, conjunturais e de mercado, o ritmo de crescimento dos Top 100 é significativo. A produção dos Top 100 alcançou média diária de 26.721 litros, 4,75% superior a 2021 e 308% maior que no primeiro levantamento realizado, em 2001. A título de comparação, a produção formal do País cresceu, no mesmo período, somente 79,75%. Chama a atenção o fato de que esse crescimento ocorreu em uma época em que a produção brasileira caiu 5%, e em sequência a um ano difícil para o setor produtivo, como foi 2021.

O ranking dos 100 maiores produtores de leite do Brasil é um retrato do topo da pirâmide, mas sinaliza mudanças mais profundas: a principal relevância desse trabalho não é retratar os 100 maiores produtores em si, que representam ainda pouco do leite total, mas sim apontar mudanças que irradiam por toda a cadeia produtiva, como o aumento da escala de produção, de produtividade e de profissionalização, mesmo considerando que a cadeia ainda é muito heterogênea. Desde a primeira edição do levantamento Top 100, a região que tem maior número de propriedades na lista é a Sudeste. Este ano, com 51 propriedades no ranking (uma a menos que 2022), a Região Sudeste soma uma produção de 506.524.612 milhões de litros e representa mais da metade de toda a produção dos Top 100 (52%). Embora a Região Sudeste registre a maior quantidade de propriedades no levantamento, a cidade que mais possui fazendas participantes do Top 100 2023 é Carambeí (PR), com 7 propriedades, seguida por Castro (PR) com 6 fazendas e Arapoti (PR) com 4 fazendas, evidenciando a região dos Campos Gerais do Paraná como uma importante bacia leiteira tecnificada e com escala do País.

As 7 propriedades localizadas em Carambeí totalizaram 91,20 milhões de litros de leite produzidos em 2022, representando 10,69% da produção total dos Top 100 2023. A Fazenda Colorado, localizada em Araras (SP), pelo décimo ano consecutivo, é a primeira colocada do ranking Top 100, com uma produção diária de 92.657 litros. Assim como no último levantamento, a Melkstad, de Carambeí (PR), segue na segunda colocação, com uma produção média diária de 83.717 litros. A Fazenda São José, localizada em Tapiratiba (SP), ficou na terceira colocação, produzindo diariamente uma média de 77.680 litros. A evolução dos custos de produção é assunto altamente debatido em todo o setor e tem ganhado destaque nos últimos anos. A Região Centro-Oeste teve maior incremento percentual em relação a 2021, com um crescimento de 12,45% (11.168.862 de litros). Minas Gerais permanece como o Estado com o maior número de propriedades no levantamento, com 40 propriedades, seguido do Paraná com 19 e São Paulo com 11 fazendas.

A Região Sul é destaque em produção por propriedade, com média de 10,4 milhões de litros/propriedade/ano. Dos 10 produtores com maior incremento de produção, 8 estão localizados em Minas Gerais, 1 em São Paulo e 1 no Paraná. Toda a conjuntura de mercado, assuntos internacionais, governo e intempéries climáticas, além de vários outros pontos, afetam a variável. No levantamento Top 100 de 2021 (com base nos dados de 2020) o custo médio de produção foi de R$ 1,55 por litro. No levantamento de 2022 (base de dados de 2021), esse valor se estabeleceu em R$ 1,89 por litro para o grupo. No levantamento desse ano, o custo de produção médio por litro de leite fechou em R$ 2,40 por litro. Vale ressaltar que para esse número, a base é do ano de 2022, onde reflexos da pandemia ainda eram sentidos com maior intensidade e conflitos entre nações geraram impactos na produção.

É importante deixar claro que devido à intensificação nos preços e volatilidade nos custos de produção, as faixas de custos se alteram entre os anos, dificultando assim, uma comparação. O dinamismo comercial existente entre os participantes da listagem vale destaque. Esse ano, mais de 130 laticínios (contando marcas próprias) foram destino da comercialização do grupo. O Pool do Leite (Cooperativas Castrolanda, Frísia, Capal e Witmarsum) e Grupo Lactalis, incluindo CCPR/Itambé, lideram a lista no Top 100 2023. Os grandes produtores têm certamente mais opções de comercialização, especialmente em um cenário recorrente de oferta restrita. Isso gera melhores possibilidades de remuneração, o que reflete na intenção de crescimento. As propriedades da listagem permanecem com o padrão de produção em sistemas confinados. O levantamento mostrou que os “100 mais” optam, principalmente, pelo free stall (48%), seguido do compost barn (34%).

Com menor expressão, aparecem as propriedades que possuem mais de um tipo de alojamento (11%), os piquetes em pastagem rotacionada (5%) e os piquetes para descanso (2%). Quando se fala em utilização do sistema compost barn, o número de propriedades adeptas ao sistema esse ano, 34, cresceu 5% em relação ao ano anterior. Com relação às raças utilizadas para a produção de leite, a Raça Holandesa é predominante, presente em 75% das propriedades, seguida pela Girolando, com 22%. O levantamento mostra ainda que a expectativa do grupo para permanecer evoluindo é alta, ressaltando a confiança do grupo na atividade. Dos 100 maiores produtores, 45 pretendem expandir a produção em até 20% nos próximos 3 anos. Outros 37 tem a expectativa de crescimento entre 20% e 50% para o mesmo período, 6 pretendem crescer mais do que 50% e 12 não pretendem expandir a produção. Fonte: MilkPoint. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.