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29/Mar/2023

Impactos econômicos do ingresso da Gripe Aviária

Sob ameaça diária de ingresso da Influenza Aviária, desde que vários casos recentes da doença foram detectados em países vizinhos, como Argentina, Bolívia, Uruguai e outros, o Brasil vem mobilizando uma força-tarefa para evitar o pior dos cenários. Todo esse contexto será abordado sob vários aspectos (sanitário, econômico social) no painel de abertura do Seminário sobre defesa agropecuária (2º Sedagro), realizado pelo Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (ANFFA Sindical. Segundo Anderlise Borsoi, coordenadora de assuntos estratégicos do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura e Pecuária, durante o painel sobre a Influenza Aviária, também conhecida como gripe aviária, será traçado um panorama de como o País vem se organizando com ações de prevenção, combate e de emergência, caso o pior ocorra.

O governo está trabalhando nesse sentido, independentemente da doença ter ou não ingressado no território; de preparação para a detecção precoce, a fim de que a doença não se instale na avicultura industrial. Entre os destaques estão as ações realizadas com o apoio de auditores fiscais federais agropecuários (Affas), em conjunto com adidos agrícolas para rever as exigências dos certificados sanitários com alguns países importadores de aves brasileiras e evitar que a exportação seja interrompida, mesmo que algum caso de Influenza Aviária seja detectado. A ideia é renegociar a certificação sanitária para não interromper o comércio com esses países. A força-tarefa organizada pelo Ministério da Agricultura, que além dos affas, envolve vários atores, principalmente da iniciativa privada e de serviços veterinários estaduais, já está em ação para evitar não só os impactos sanitários, mas também os econômicos.

Estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) estima que caso a doença ingresse no País, maior exportador de frango, e afete diretamente o sistema industrial, a perda monetária seria de R$ 13,5 bilhões. Nesse caso, haveria também uma perda de 46 mil empregos, não só dentro da cadeia produtiva, mas também dentro de outras cadeias que estão relacionadas com a comercialização de aves, como a de produção de insumos. Esse impacto econômico é considerado no cenário em que a doença se espalharia pelo País, com efeito em toda a economia, caso não existisse a ação dos auditores agropecuários. Essa avaliação revela ainda mais a importância do trabalho desses profissionais. Em outro recorte feito no estudo da FGV, o impacto negativo sobre a exportação, com foco no agronegócio, seria de R$ 7 bilhões. Nesse caso, haveria perda de 26 mil empregos no agro. Em 2020, quando a FGV fez uma pesquisa mostrando que, se o auditor agropecuário tivesse paralisado as atividades durante pandemia, haveria grandes perdas econômicas.

A FGV estimou, à época, que se doenças e pragas entrassem no País, especificamente a Influenza Aviária, a perda direta em valor bruto da produção seria de R$ 201,48 milhões. Com relação às contribuições da iniciativa privada, nesse momento crítico de alerta contra o ingresso da Influenza Aviária no País, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) destaca o empenho que a entidade vem fazendo para manter os protocolos de biosseguridade, em linha com as diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Agricultura, para a proteção dos planteis e, consequentemente, da produção e oferta de alimentos do País. Para atacar os principais desafios da defesa agropecuária, seria necessário focar em alguns pontos. Entre eles, trabalhar numa linha de prevenção, junto com todos os elos da cadeia, para evitar ocorrência de doenças e ações mais enérgicas em relação ao setor. Este é o melhor caminho para ter uma defesa agropecuária acontecendo de forma mais efetiva no País. Fonte: ANFFA Sindical. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.