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28/Mar/2023

Bom desempenho das carnes brasileiras no exterior

A exportação de carne fechou 2022 com bom desempenho. O Brasil foi líder mundial no embarque de carne bovina e de frango e quarto no de carne suína. Em 2021, foi o quarto exportador de carne de tilápia. Em 2022, frente a 2021, os embarques das carnes bovina, suína, frango e tilápia subiram 26,7% e o faturamento foi de US$ 45,4 bilhões. O volume exportado caiu nos últimos cinco anos, apesar do protagonismo brasileiro, mas assistimos a uma recuperação. A expectativa é de que, em 2023, a exportação seja comparativamente maior. Ao observar o desempenho dos últimos cinco anos, a exportação da carne bovina caiu apenas em 2021. Após a confirmação de dois casos atípicos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como doença da "vaca louca", a exportação para a China foi embargada pelas autoridades brasileiras.

A China é a principal importadora da carne bovina nacional. Em pouco mais de 100 dias de suspensão, o Brasil deixou de embarcar em torno de 200 mil toneladas de carne, correspondendo a US$1 bilhão. Em 2022, a exportação foi recorde em volume e faturamento. Somente em maio, julho e novembro o desempenho caiu em volume, em relação a seus pares em anos anteriores. De 2018 a 2022, a exportação de carne suína in natura aumentou 84,2% em volume. Tal crescimento é devido à China, a maior importadora da carne suína brasileira. Em 2018, o plantel suíno chinês sofreu um surto de peste suína africana (PSA), reduzindo dramaticamente o rebanho. Por ser a principal carne consumida pelos chineses, a importação foi um paliativo. Assim, até 2020, a importação chinesa aumentou.

Com o restabelecimento gradual do plantel suíno, a demanda chinesa pela carne proveniente do Brasil vem diminuindo. A China também é a principal compradora de carne brasileira de frango. Entretanto, o volume importado está diminuindo. Em 2022, o país comprou 539,7 mil toneladas e, comparando com 2020 (672,7 mil toneladas), a retração foi de 19,8%. A Arábia Saudita, também uma grande importadora, diminuiu as compras. A queda foi de 27,2% na mesma comparação, totalizando 340,1 mil toneladas em 2022. Mesmo assim, o volume exportado continuou aumentando ano a ano. A conquista de mercados tem ocorrido, com outros países importando, por exemplo Emirados Árabes Unidos, Filipinas, Coreia do Sul, Países Baixos, Cingapura e México. Em 2020, a pandemia de Covid-19, disseminada a partir do primeiro trimestre do ano, afetou o embarque da carne de frango comparada ao ano anterior, cuja redução foi de 50 mil toneladas aproximadamente (1,19%).

Em 2021/2022, a Influenza Aviária estimulou a exportação, visto que países produtores tiveram que abater grande número de frangos. O Brasil não teve ou tem casos da doença registrados. A guerra entre Rússia e Ucrânia, que integram o grupo dos 10 maiores exportadores de carne de frango, também foi um dos motivos do recorde de exportação, uma vez que outros países recorreram ao Brasil como alternativa. Assim, a exportação aumentou 4,2% em volume em 2022, frente 2021. A exportação de carne tilápia, que engloba o peixe inteiro ou seu filé, refrigerado ou congelado, faturou US$ 21,6 milhões referente ao embarque de 6,67 mil toneladas em 2022. Em relação ao ano anterior, faturamento e embarque aumentaram 50,9% e 56,2%, na mesma ordem.

O principal comprador são os Estados Unidos da América, representando 85,4% do volume exportado. As compras norte-americanas aumentaram 335,5% em 2022, frente a 2021, e totalizaram 5,7 mil toneladas. A expectativa é de que o Brasil aumente a exportação de carnes. Para a carne bovina, a projeção é de que 2,2 milhões de toneladas sejam consumidas pelo mercado externo, para a carne de frango, 4,85 de milhões de toneladas, e tilápia, 11 mil toneladas. Já a exportação de carne suína deverá crescer, mas com aumento menor, totalizando cerca de 1,1 milhão de toneladas. São números exuberantes e que revelam o esforço dessas cadeias de produção em manter e melhorar a produtividade e, desse modo, ter uma produção suficiente para atender o mercado interno e servir o mercado externo, amenizando os déficits de produção de alimento no planeta. Fonte: Alcides Torres. Broadcast Agro.