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23/Mar/2023

Boi: expectativa de retomada da exportação à China

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, desembarcou nesta quarta-feira (22/03) na China, principal parceiro comercial do agronegócio brasileiro, com a expectativa de conseguir a autorização para o Brasil retomar as vendas de carne bovina ao país e novas habilitações de frigoríficos. O ministro aposta também em um avanço nas tratativas para a aceitação de certificações eletrônicas nos processos de exportação de produtos agropecuários para China, o que pode encurtar prazos e facilitar a expansão dos negócios. O pacote inclui ainda a continuidade de conversas para a abertura do mercado chinês para gergelim, sorgo e uva e a retomada das negociações em torno de um acordo fitossanitário para a exportação de arroz do Brasil para China.

Tudo leva a crer que as autoridades chinesas vão anunciar ainda nesta semana o levantamento do embargo para as exportações de carne bovina do Brasil. A suspensão completará um mês nesta quinta-feira (23/03). Ela foi adotada para atender ao protocolo sanitário firmado entre os dois países que obriga a interrupção dos embarques por conta do caso atípico do “mal da vaca louca” e não prevê prazo para encerrar a barreira. A presença da comitiva de Fávaro no país reforça a expectativa do lado brasileiro pela retomada das vendas. A possibilidade de reabertura do mercado nos próximos dias já foi sinalizada pela China ao governo brasileiro. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) informou que discute possíveis atualizações ou revisões nos protocolos para acelerar a retomada das exportações.

Sem novas habilitações desde 2019, cresce a expectativa de que a China autorize mais frigoríficos brasileiros a iniciar a exportação de carnes bovina, suína e de frango. As autoridades chinesas pediram ao Ministério da Agricultura a lista completa de plantas que cumprem os requisitos para habilitação. Ao todo, são 83 estabelecimentos aptos a receber o aval. Integrantes da comitiva acreditam, inclusive, em uma habilitação em massa das plantas. Atualmente, cerca de 100 empresas brasileiras exportam carnes para a China. Em 2022, foram exportadas 2,2 milhões de toneladas, em negócios de US$ 10,4 bilhões, segundo o Agrostat do Ministério da Agricultura. A equipe de Fávaro deve adiantar as negociações com as autoridades técnicas da China para que possam ser aceitas certificações eletrônicas dos estabelecimentos exportadores e dos produtos agropecuários enviados do Brasil para China.

O acordo nessa área deverá ser assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima semana. Segundo a Vallya Participações, se concretizada, a digitalização pode significar a desburocratização dos processos e um passo diplomático relevante. É um sinal de visão de longo prazo na parceria, de aposta, de potencial de incremento na quantidade de produto a ser demandado do Brasil pela China. É um voto de confiança grande no produto brasileiro. Nenhum governo gasta tempo com negociações que exigem tamanha interação entre as equipes se não for dentro de uma estratégia de longo prazo. Isso é favorável para o Brasil, não só no efeito imediato, mas na visão de futuro. Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.