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23/Mar/2023

Boi: abate avança com maior participação de fêmeas

No último trimestre de 2022, o volume de bois abatidos no Brasil caiu frente ao trimestre anterior. Apesar disso, como resultado dos investimentos que vêm sendo realizados pelo setor, no total de 2022, a quantidade de animais abatidos cresceu frente à de 2021. Esse cenário, inclusive, ajuda a explicar as quedas nos preços de negociação do boi gordo no ano passado, que têm sido reforçadas neste primeiro trimestre de 2023, sobretudo em decorrência da manutenção da suspensão dos envios da carne bovina brasileira à China, que completa um mês. Na parcial de março, o preço médio do boi gordo em São Paulo é de R$ 275,73 por arroba, queda de 4,82% frente ao valor médio de fevereiro/2023 e expressivos 19,34% inferior à média de março/2022, em termos reais (valores deflacionados pelo IGP-DI de fevereiro/2023). Trata-se, também, da menor média real desde outubro de 2019, quando o preço médio foi de R$ 254,88 por arroba.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no último trimestre de 2022, foram abatidos 7,494 milhões de bovinos no País, 4,57% a menos que no trimestre anterior (de julho a setembro/2022). No acumulado do ano passado, o abate somou 29,686 milhões de cabeças, 8% a mais que em 2021. O grupo de bovinos que mais contribui para o aumento na quantidade abatida depois de dois anos de recuos consecutivos foi o de fêmeas, novilhas e vacas adultas. No acumulado de 2022, foram abatidas 7,96 milhões de vacas adultas e 3,12 milhões de novilhas, o que representa fortes incrementos de 18,64% e de 20,15%, respectivamente, quando comparados aos dados de 2021. Em valores absolutos, de 2021 para 2022, houve aumento de 1,77 milhão de cabeças abatidas de fêmeas, sendo 1,2 milhão referentes a vacas adultas, e 523 mil, a novilhas.

No último trimestre de 2022, especificamente, a participação das fêmeas no abate total chegou a 35,21%, uma das menores porcentagens para o período dos últimos anos. Na média de 2021, o abate de fêmeas representou 37,32% do total, sendo abatidas 11,08 milhões de cabeças (entre vacas e novilhas). O maior abate de fêmeas ao longo de 2022 pode estar atrelado às quedas nos preços do bezerro e do boi gordo, observadas ao longo do último ano. Além disso, a elevação dos custos de produção pode ter levado pecuaristas a descartarem bovinos, sejam adultos, sejam novos. Números de vendas de sêmen e de vacas inseminadas no Brasil ajudam a entender a dinâmica pela qual a pecuária de corte passou nos últimos meses. De acordo com a Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), 24% das vacas de corte foram inseminadas em 2022, contra 26% no ano anterior. Isso evidencia uma certa diminuição no ritmo dos investimentos por parte do setor. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.