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16/Mar/2023

Carne bovina amplia a vantagem sobre o boi gordo

Enquanto os preços do boi gordo seguem enfraquecidos, as cotações da carne negociada no mercado atacadista de São Paulo estão firmes. Diante disso, a carne (carcaça casada bovina) no atacado passou a ser negociada a valores acima dos observados para o boi gordo. Inclusive, a vantagem atual da carne sobre a arroba é a maior desde outubro de 2021, quando justamente o setor pecuário nacional atravessava um cenário de suspensão de envios da proteína à China. Na parcial de março, o preço médio do boi gordo em São Paulo é de R$ 274,48 por arroba, ao passo que a carcaça casada é comercializada no atacado a R$ 284,85 por arroba, ou seja, com vantagem de R$ 10,37 por arroba para a proteína.

Em outubro de 2021, a diferença média foi de R$ 17,29 por arroba, com vantagem para a carne. Naquele mês, o boi gordo teve média real de R$ 285,21 por arroba, e a carne bovina, de R$ 302,50 por arroba (todas as comparações consideraram médias mensais deflacionadas pelo IGP-DI). De um modo geral, os preços do boi gordo caíram no fim de fevereiro e seguiram enfraquecidos desde então, influenciados pelo baixo ritmo de negócios. Tanto compradores quanto vendedores ainda trabalham com cautela, à espera do retorno dos envios de carne bovina à China. Os embarques estão suspensos desde o dia 23 de fevereiro, seguindo protocolo estabelecido entre o Brasil e a China em casos de registros de “mal da vaca louca”.

Já os preços da carne estão firmes há muitos meses, e nem mesmo a recente suspensão dos envios à China, maior destino da carne brasileira, foi suficiente para modificar a estabilidade. A carcaça casada de boi vem sendo comercializada entre R$ 18,00 e R$ 19,00 por Kg, em termos nominais, desde agosto do ano passado. Assim, a média da parcial do boi gordo em São Paulo está 5,26% inferior à de janeiro e expressivos 20% abaixo da de março de 2022, em termos reais. A média da carcaça casada, por sua vez, registra leve baixa mensal de 0,6% e queda anual de 12%, ou seja, bem inferior à registrada para o boi gordo.

Ressalta-se que a intensa desvalorização do boi gordo reduz a margem de pecuaristas, que, vale lembrar, atravessam custos elevados de produção. A sustentação da carne bovina favorece a margem, sobretudo de frigoríficos que atuam apenas no mercado doméstico. Até a segunda semana de março, as exportações brasileiras de carne bovina in natura somavam 67,42 mil toneladas, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Esse volume é elevado, considerando-se o atual contexto de suspensão dos embarques à China. A média diária está em 8,42 mil toneladas, o que, caso seja mantida até o encerramento deste mês, levaria o total escoado a ficar próximo de 190 mil toneladas em março. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.