13/Mar/2023

Segundo a Fitch Ratings, os frigoríficos que exportam carne bovina do Brasil para a China devem seguir atendendo o país por suas subsidiárias em outros países. A diversificação geográfica permitirá que naveguem pela suspensão temporária das exportações do País sem um efeito maior em suas receitas. O Brasil deixou de embarcar a proteína para China em 23 de fevereiro, após o caso atípico de “mal de vaca louca” no Pará, conforme prevê o acordo bilateral entre os dois países. Os exportadores sem operações fora do Brasil provavelmente serão os mais afetados, principalmente em um cenário de proibição prolongada.

Mas, a proibição deve ser temporária, já que a China depende muito das importações do Brasil para suprir o consumo doméstico de carne bovina. Autoridades brasileiras estão se reunindo com os chineses para suspender o embargo; no entanto, o tempo de resolução e os requisitos são incertos. A produção da proteína deve ser destinada ao mercado interno, pelo menos por enquanto, e com isso os preços da carne devem recuar no Brasil. É improvável que as exportações para o México substituam o mercado chinês, já que o consumo doméstico do país foi inferior a 20% em comparação com o consumo chinês de carne bovina e as importações do México foram 5% menores, na mesma base comparativa.

A notícia da abertura é positiva para os exportadores de forma geral. As vendas à China representam um terço das receitas da Minerva Foods, empresa que tem maior exposição ao país. A companhia informou que atenderá a nação asiática por meio de quatro plantas de abate, sendo três delas no Uruguai e uma na Argentina. A Marfrig e a JBS devem adotar uma abordagem semelhante. Ambas as empresas geram cerca de 6% das exportações à China. A Marfrig poderia exportar a proteína também de suas unidades na Austrália, Estados Unidos ou Canadá. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.