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08/Mar/2023

México abre o mercado para carne bovina do Brasil

O México autorizou a importação de carne bovina do Brasil. A abertura de mercado foi concluída nesta terça-feira (07/03) após o estabelecimento de requisitos zoossanitários pelas autoridades sanitárias mexicanas, o acerto dos requisitos do Certificado Sanitário Internacional (CSI) entre os países e a habilitação de plantas pelo governo mexicano. O Ministério da Agricultura já foi comunicado da conclusão do processo. Com o aval, 34 frigoríficos brasileiros poderão exportar a proteína in natura ao mercado mexicano. Destes, 8 já eram habilitados a exportar carne termo processada para o México e agora estão aptas a comercializar também o produto in natura, não havendo a necessidade de nova auditoria. Outras 26 plantas receberam habilitação para exportar a carne bovina in natura e serão auditadas em breve pelas autoridades mexicanas.

A expectativa do governo brasileiro era de formalizar a abertura de mercado até o início desta semana, como ocorreu, após a confirmação de que foi atípico o caso isolado de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), doença popularmente conhecida como "mal da vaca louca", detectado em um bovino no Pará em fevereiro. A abertura integra um rol de medidas do governo mexicano para conter a inflação local e a escalada do preço dos alimentos da cesta básica. Até então, o país comprava apenas carnes de frango e suína do Brasil. Na segunda-feira (06/03), o Serviço Nacional de Saúde, Segurança e Qualidade Alimentar do México (Senasica) publicou os requisitos zoossanitários (HRZ), por meio das quais estabelece as condições sanitárias para a importação da carne bovina brasileira, divididas pelas regiões livres de febre aftosa sem vacinação ou que tiveram a vacinação suspensa recentemente.

De acordo com os requisitos, o Brasil poderá exportar carne vermelha ao México proveniente de 14 Estados: Santa Catarina, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo, Sergipe e Tocantins. A perspectiva dos exportadores é de início imediato dos embarques, não havendo barreiras tarifárias ou restrição de cotas que possam limitar as vendas externas e sem grandes dificuldades para habilitação dos frigoríficos aptos a exportar o produto. O México importa aproximadamente 1 milhão de toneladas de carnes, em geral, por ano, de acordo com dados técnicos compilados pelo Ministério da Agricultura durante o processo de autorização. O México está entre os 15 maiores importadores de carne bovina e entre os 10 maiores consumidores da proteína do mundo.

A habilitação deste mercado para a cadeia pecuária brasileira deve ter um impacto positivo sobre as exportações. A explicação para a abertura ao Brasil pode estar na prioridade que as indústrias mexicanas dão para as exportações de carne bovina para os Estados Unidos. De 2013 a 2022, as exportações de carne bovina do México cresceram 172%, alcançando 400 mil toneladas em 2022, o maior volume da história. Ou seja, mesmo que a produção no país tenha crescido 21% nos últimos dez anos, a exportação foi o principal destino dessa carne, e os Estados Unidos são o principal comprador da carne bovina mexicana. Nesta conjuntura, há espaço para que a carne bovina brasileira entre de maneira competitiva no mercado mexicano, podendo inclusive estimular o aumento de consumo interno, que está estagnado há mais de uma década.

Uma das movimentações que podem ocorrer é a entrada de carne brasileira e a saída de maiores volumes de carne mexicana para os Estados Unidos, considerando que os norte-americanos normalmente pagam melhores preços do que os observados internamente no México. As importações de carne bovina por parte do México recuaram 26,67% nos últimos dez anos, passando de 225 mil toneladas em 2013 para 165 mil toneladas em 2022. Desse total, 99% da proteína importada veio dos Estados Unidos e do Canadá. No mesmo período, o consumo interno de proteína bovina cresceu 3,18%, para 1,94 milhão de toneladas. Em contrapartida, o consumo per capita caiu 5,07% no comparativo de 10 anos, já que em 2013 um mexicano comia em média 16,07 quilos de carne bovina e em 2022 esse número recuou para 15,25 quilos ao ano. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.