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07/Mar/2023

OMS: alerta para Gripe Aviária em diversos países

O H5N1, mais conhecido como gripe aviária, faz parte da classe da influenza A. As cepas desse vírus atacam principalmente aves, tanto as silvestres quanto as de criação, mas também podem infectar mamíferos como doninhas, raposas, leões-marinhos, entre outros. A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) emitiu, em janeiro, um alerta sobre surtos de gripe aviária em aves de países de quase todos os continentes; a Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que a situação é preocupante. As notícias de diversos focos de disseminação desse vírus em vários países podem caracterizar um dos piores surtos da gripe aviária já vistos em animais. Gripe aviária é o nome popular. Mas, para o vírus H5N1, o nome correto é vírus influenza A. Segundo a Rede PREVIR (Projeto Rede de Vigilância de Vírus), ele é chamado por esse nome porque tem duas proteínas na sua composição: uma chamada de hemaglutinina e a outra, de neuraminidase.

Essas duas proteínas são as que dão os nomes para esses vírus, então, no caso do vírus H1N1, tem-se a glicoproteína hemaglutinina do tipo 1 e a neuraminidase do tipo 1. Existem diversas combinações que podem ser feitas com o rearranjo dessas e, no caso da gripe aviária, vê-se que alguns subtipos de hemaglutinina do tipo 5 são de alta patogenicidade que causam doenças. O nome popular dessa doença vem da sua grande capacidade de disseminação entre aves e também de seu alto grau de mortalidade nessas espécies. O vírus é transmitido pelo ar, muito parecido até com o coronavírus, por aerossol. Os animais que se infectam são as aves comuns e aves silvestres selvagens. Se contamina quem entra em contato muito próximo com essas aves, seja em fundo de quintal, o tratador, o dono do animal, ou em grandes granjas, aquelas pessoas que trabalham, que estão em contato direto, podem acabar se infectando.

Porém, a similaridade com o coronavírus não fica apenas no modo de transmissão, a preocupação de uma pandemia em humanos também é uma relação entre os dois vírus. Nesta epidemia, já está quase sendo decretada uma pandemia com relação a casos animais, ela já está espalhando em quase todos os continentes. Mas, uma pandemia em humanos é mais difícil de ocorrer, já que é necessária uma mutação no vírus para aumentar a disseminação em humanos. Esse vírus do subtipo H5N1 não tem uma facilidade tão grande de transmissão de humano para humano, tanto é que estão ocorrendo diversos casos em aviários, em aves migratórias, em aves silvestres, com mortalidade grande e poucos casos, até agora, registrados com infecção em humanos. Por enquanto, a preocupação é que, se um vírus desses conseguir se adaptar à população humana, seria uma próxima pandemia.

Além da parte sanitária, que é extremamente importante, ressalta-se também o impacto que a transmissão do vírus pode ter na economia brasileira. Esse vírus causa um grande prejuízo nas grandes produções de frango, de aves e ovos em geral. Nunca houve um cenário tão rápido e se aproximando do Brasil. o País tem uma economia forte e é considerado o maior exportador de carne de frango do planeta. Outras potências como Estados Unidos e a China perderam mercado quando tiveram a identificação de casos de Influenza Aviária no país e o Brasil é um dos únicos grandes produtores de carne de frango que ainda está livre desse vírus na avicultura. O Brasil é, atualmente, o maior exportador de frango do mundo e a presença do vírus H5N1 em seu território pode prejudicar imensamente essa posição e, consequentemente, toda a cadeia produtora e consumidora de aves e seus derivados.

Até o momento, o Brasil não registrou nenhum caso de contaminação por H5N1. Porém, isso só está sendo possível por um monitoramento e estudo constantes da parte dos laboratórios e instituições, como o Laboratório de Pesquisa em Vírus Emergentes da Universidade de São Paulo (USP), que faz um trabalho de monitoramento e vigilância nas aves silvestres em diversos biomas do Brasil, nas rotas migratórias, em locais de reprodução, locais em que as aves param no Brasil antes de voltarem ao Hemisfério Norte, ou quando elas vêm para o País na sua migração. Esse trabalho é realizado há bastante tempo e a USP tem bastante experiência. Qualquer informação, detecção ou qualquer vírus novo que seja encontrado será notificado aos órgãos responsáveis, como o Ministério da Agricultura, o Ministério da Saúde, para que as medidas sejam tomadas o quanto antes. Fonte: Jornal da USP. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.