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06/Mar/2023

Boi: México deve abrir mercado ao Brasil em breve

O governo brasileiro espera concluir em breve a negociação para a exportação de carne bovina para o México. A expectativa do Ministério da Agricultura é de que o protocolo possa ser assinado no máximo no início desta semana. O único impeditivo para a assinatura dos protocolos fitossanitários caiu na quinta-feira (02/03), com a confirmação de que foi atípico o caso isolado de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), doença popularmente conhecida como "mal da vaca louca", detectado em um bovino no Pará em fevereiro. A abertura era para ter saído no dia 24 de fevereiro, mas por conta do caso isolado do “mal da vaca louca”, o México pediu para adiar. As negociações estão há cerca de uma semana na fase final, com o acerto dos requisitos do Certificado Sanitário Internacional (CSI) entre os países. A expectativa dos negociadores brasileiros vem em linha com declarações das autoridades mexicanas.

Na última semana, o Serviço Nacional de Saúde, Segurança e Qualidade Alimentar do México (Senasica), órgão do Ministério da Agricultura, sinalizou que os requisitos sanitários entre os países devem ser concluídos em breve. A abertura integra um rol de medidas do governo mexicano para conter a inflação local e a escalada do preço dos alimentos da cesta básica. Por enquanto, o país compra apenas carnes de frango e suína do Brasil. A perspectiva dos exportadores é de início imediato dos embarques, assim que a abertura de mercado for anunciada, não havendo barreiras tarifárias ou restrição de cotas que possam limitar as vendas externas e sem grandes dificuldades para habilitação dos frigoríficos aptos a exportar o produto. O México importa aproximadamente 1 milhão de toneladas de carnes, em geral, por ano. Isso traz um enorme potencial para o Brasil. Não faz sentido outros mercados ocuparem essa fatia porque entre os concorrentes, o País tem a melhor logística e preços para comercializar a carne ao México.

A ideia do México é autorizar a entrada do produto brasileiro proveniente de regiões livres de febre aftosa sem vacinação ou que tiveram a vacinação suspensa recentemente, o que compreenderia 14 Estados brasileiros. Ao que tudo indica, são eles: Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e de Mato Grosso. Todos esses já têm a certificação internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação. Os outros seriam Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Tocantins, que tiveram a vacinação obrigatória suspensa na última etapa da campanha de imunização, no fim de 2022. O interesse na comercialização do produto brasileiro partiu do próprio governo mexicano. A possibilidade de exportar carne bovina ao país não estava na pauta de negociações ou nas prospecções de mercado do Brasil.

Logo no início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, as autoridades sanitárias mexicanas contataram os pares brasileiros para manifestar o interesse do presidente Andrés Manuel López Obrador em abrir o mercado a fim de reforçar a relação com o presidente Lula. Foi um pedido do presidente López Obrador para atender o presidente brasileiro. O Brasil voltou ao jogo do comércio mundial. Há uma vontade enorme dos mercados com o presidente Lula. Além do potencial do mercado mexicano, técnicos e adidos do Ministério da Agricultura entendem que o aval do México à proteína do Brasil poderia pressionar o mercado norte-americano para ampliação da entrada da carne bovina brasileira. O Brasil já pode vender para o Canadá e, brevemente, também para o México. Assim, o País cerca a região. Com certeza, haverá importadores mexicanos que comprarão a carne bovina do Brasil e enviarão para os Estados Unidos. Atualmente, as exportações da proteína brasileira aos Estados Unidos são restritas a uma cota anual de 65 mil toneladas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.