03/Mar/2023

Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o Brasil é o último reduto dos grandes produtores de carne de frango que ainda não tem registro de gripe aviária em seu território. Se a doença chegar ao País por aves silvestres, é preciso garantir que não entre na produção de frangos, matrizes e ovos. O Brasil está na rota de viagens das aves migratórias, que podem estar ou não contaminadas pela doença e, eventualmente, trazer a enfermidade até a região. O controle terrestre nas fronteiras com os países vizinhos que já têm registro da doença pode ser feito por meio de barreiras físicas. O governo precisa fazer esse tipo de acordo e minimizar os riscos.

Sobre as consequências comerciais que o País poderia ter com a doença chegando na produção industrial, no caso da carne de frango, a produção, que em sua maioria é destinada ao mercado externo, poderia ser redirecionada para o mercado interno e a maior oferta poderia derrubar os preços da proteína. Para os ovos, a redução na oferta, com o abate de matrizes, levaria a uma valorização de preços, como aconteceu nos Estados Unidos. O consumo de carne e ovos aumentou durante a pandemia com o baixo poder aquisitivo. São produtos importantes para a população. A suspensão dos embarques se dá para que os parceiros comerciais avaliem as medidas que o país está tomando para controlar o avanço da enfermidade em seu território e não pelo risco de transmissão humana.

O critério é para entender reação, tempo e energia de reação frente ao problema. O setor tem preocupação com a vigilância sanitária, que é uma prioridade. Caso o Brasil registre a doença, as consequências tendem a ser devastadoras para unidades que produzem especificamente para exportação. Demoraria um tempo para mostrar e provar as ações que estão sendo tomadas. Seria interessante pensar em um seguro avícola nacional. A atividade tem sensibilidade diferente. A avicultura é muito dinâmica e precisa de canal de negociação para que o produtor não fique desamparado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.