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02/Mar/2023

Boi: China sinaliza rápida retomada da importação

A China sinalizou ao governo brasileiro que pode dispensar o envio de uma delegação técnica do Brasil ao país asiático para reabrir as exportações de carne bovina brasileira, se o caso de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), ou "mal da vaca louca", for considerado atípico. O Brasil suspendeu, no dia 22 de fevereiro, voluntariamente, as vendas de carne bovina à China após a identificação de um caso isolado de EEB em um bovino de nove anos no Pará. Até que se confirme que se trata de manifestação atípica da doença, ou seja, que se desenvolveu naturalmente no organismo do animal, e não por fatores externos, a suspensão deve continuar, conforme o protocolo sanitário assinado pelos dois países. O resultado do exame de tipificação da EEB, que está sendo feito em laboratório da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) em Alberta, no Canadá, deve sair nesta quinta-feira (02/03) ou na sexta-feira (03/03).

Com o caso sendo atípico, o governo brasileiro vai intensificar as tratativas com a China para a retomada das exportações da carne bovina. A sinalização repassada pelas autoridades chinesas é a de que os encontros para tratar do assunto podem seguir sendo virtuais, sem a necessidade do envio de uma comitiva brasileira, como era o esperado para ocorrer na próxima semana. A mensagem foi dada em videoconferência nesta semana entre as autoridades sanitárias do Departamento de Alfândegas da China (GAAC) e os secretários de Comércio e Relações Internacionais, Roberto Perosa, e de Defesa Sanitária, Carlos Goulart, do Ministério da Agricultura. No encontro, representantes chineses disseram aos secretários que, caso se confirme ser caso atípico, têm interesse na rápida retomada dos embarques da proteína brasileira.

A China demonstra que o Brasil pode prosseguir as negociações para a reabertura, com a apresentação do laudo, em próximo encontro virtual. Esse é um ótimo sinal e deve-se a toda a transparência e celeridade adotada pelo Ministério da Agricultura desde a suspeita do caso. Um protocolo bilateral assinado em 2015 por Brasil e China prevê a suspensão imediata e voluntária das exportações da carne bovina brasileira temporariamente em caso de identificação de EEB, mesmo sendo atípico, e exige a presença de uma delegação técnica do Ministério da Agricultura brasileiro na China para discutir as condições para prosseguir com a exportação dos produtos.

É este segundo trecho do protocolo que a China sinaliza que pode dispensar. Diante do caso, a Administração Geral de Supervisão de Qualidade, Inspeção e Quarentena da República Popular da China (AQSIQ) deve reavaliar o status de risco do Brasil e se vai retomar a importação da proteína. A expectativa é de retomada das exportações à China até, no máximo, a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao país asiático, prevista para o dia 27 de março. Mas, o governo espera retomar as exportações à China ainda antes, talvez uma a duas semanas antes da missão presidencial. Além da confiança bilateral estabelecida, há demanda imediata para o produto. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.